quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Boas Festas a todos!

Caros amigos,

Vemos os dias passarem a jato em nossos calendários e raramente paramos para pensar e refletir. Todos temos compromissos e vivemos em um mundo conectado em Mbps.

E quando um ano se acaba é comum parar e olhar o que passou, reavaliar conceitos, computar os lucros ou prejuizos, planejar novas metas, lembrar dos que nos deixaram, comemorar os que chegaram, recomeçar. É o ciclo da vida, medida em números.

Apenas as verdadeiras amizades não precisam ser recomeçadas. Porque elas são permanentes. Mesmo distantes estão sempre presentes, através de um SMS, um e-mail, um telefonema, uma visita marcada ou um encontro casual.

E é justamente nesses momentos que vemos o que realmente vale a pena nesta vida: nossa família, nossos amigos queridos (presentes/ausentes,próximos/distantes,antigos/novos) e o que fazemos de nossa vida.

Neste momento de parada e reflexão quero dizer a todos vocês que os amo do fundo do coração e que minha vida é muito melhor por vocês fazerem parte dela. Desejo a todos um bom momento de reflexão e que tudo trascorre na maior das felicidades: Natal e Ano Novo.

Peço que não se esqueçam do personagem principal, aniversariante do dia, que sempre vela por nossas vidas e parem alguns minutos para lhe dedicar uma oração verdadeira, nem que seja somente em pensamento.

E que 2010 lhes traga novos desafios, novas alegrias, mais esperança em um mundo melhor, ações concretas, sonhos realizados e paz, muita paz em sua vida e na vida daqueles que os cercam.

Abraços a todos,

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ele é o Máximo!

Aquele senhor sentado do outro lado da rua chamou minha atenção enquanto almoçava. Usava chapéu (feltro?), um terno marrom surrado, sapato e parecia cansado. Carregava algo nas mãos mas não pude ver à distância.

Voltei ao meu almoço e meus pensamentos e, de repente, eis que ele estava parado à minha frente, com um largo sorriso no rosto e me dirigiu a palavra:

- O sr. pode continuar seu almoço que eu vou beber água e já volto.

Alguns minutos depois ele voltou e se apresentou:

- Meu nome é Máximo, tenho 79 anos, sou de Pernambuco, terra de homem macho que não leva desaforo pra casa. Sou honesto, trabalhador, moro em minha própria casa e ainda tenho uma para alugar. Sou cego de um olho (uma das primeiras coisas que se nota ao olhá-lo já que não usa prótese ou tapa-olho) e não tenho outra opção a não ser vender estas paçocas de amendoim para ajudar no meu sustento e da minha família. Afinal, quem vai dar um emprego para um velho caolho como eu? Se o sr. quiser, cada pacote custa R$ 10,00 e eu garanto que é boa qualidade.

Nesse momento eu ainda estava surpreso com seu discurso e disse que estava interessado sim. Ele sorriu e continuamos a conversa.

Contou então que trabalhava desde pequeno e que ficara cego em um acidente de trabalho. Trabalhava como pedreiro na construção civil, como tantos outros brasileiros, sem registro, sem garantias e sem benefícios. Agora trabalhava como ambulante mas mantinha a classe em seu terno surrado.

Como é comum em pessoas de certa idade, ele repetia a mesma frase algumas vezes. Talvez para ter certeza que eu havia entendido ou então para poder ouvir mais vezes sua própria estória.

E ele insistia em dizer que na terra dele cabra safado ia direto para a cova. Já havia assistido diversas vezes a acertos de contas que acabavam geralmente no cemitério (mas não disse se ele mesmo havia feito isso alguma vez). E que se pudesse pegar alguns desses políticos que roubam nosso dinheiro ele ia mostrar com quantos paus se faz uma canoa.

Figura interessante o sr. Máximo! 79 anos e toda essa disposição. Que exemplo de luta e persistência. E quantas vezes vemos pessoas pedindo dinheiro no semaforo em vez de trabalhar como ele!

Parabéns seu Máximo! O sr. é realmente o máximo!

PS: E a paçoca era boa mesmo! O pessoal do escritório provou e aprovou!

Se beber, não dirija com “Everybody Hurts”

Caros amigos,

As cenas são fortes! Eu fiquei em choque após assistir este vídeo mas mesmo assim resolvi divulgar através do blog.

As pessoas somente vão se conscientizar de que bebida e direção não combinam através de campanhas fortes como esta, veiculada na Austrália.

Vi a mensagem no Blog BRAINSTORM9 e vou repassar para vocês agora. Siga o link para ver a postagem original.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Carrotmob no Brasil - Vamos começar por Campinas

Em primeiro lugar, o que é carrotmob?

Uma tradução livre seria "Siga a cenoura" fazendo alusão àquela estória que todos conhecem: existem duas maneiras de se fazer um burro andar. Ou se açoita com a vara ou se coloca uma cenoura em um bastão. E ele vai seguir a cenoura mais rapidamente do que se você tentasse empurrá-lo.

Essa é a filosofia do carrotmob. Ao invés de açoitarmos as empresas (boicotes, passeatas, movimentos e agitações) para que elas se comprometam com o futuro do planeta e invistam em ações sustentáveis vamos colocar a cenoura para que elas sigam. O que é a cenoura para uma empresa? Lucro. Vamos dar lucro para as empresas que se comprometerem em investir uma parte do (nosso) dinheiro em eficiência energética, lixo reciclável, alimentos orgânicos, redução do consumo de descartáveis e tantas outras ações que podem ser feitas.

Se a desculpa for falta de dinheiro, vamos dar dinheiro a essas empresas.

Como? Fazendo o que todo consumidor sempre faz. Comprando. Não precisa comprar nada diferente, nada em excesso ou nada que você não queira ou não precise. O carrotmob procura empresas que aceitam os termos do movimento e prometem investir um percentual do seu lucro em ações para salvar o nosso planeta.

O movimento então marca uma data e divulga para todos os seus seguidores, apoiadores, ativistas ou simpatizantes. Não importa o nome que se dê.

E todos comparecem no dia e horário marcados e fazem suas compras normalmente, pacificamente, sem alarde. O resultado é lucro para a empresa, que fatura muito mais do que o normal, e lucro para os consumidores, que levarão os produtos que precisam para casa sabendo que parte do dinheiro gasto tratá retornos positivos para a salvação do planeta.

Tão simples que pode dar certo, disse um amigo de BH.

E você? Vai ficar sentado ou vai apoiar a nossa causa?

Estamos em vários lugares!

Site oficial:
http://campinas.carrotmob.org/

Twitter:
http://twitter.com/carrotmobcpsbr

Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=94337198
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=94329751

Divulguem a idéia! Espalhem as boas novas!

Você pode ajudar a salvar nosso planeta!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A grande corrida!

Feche os olhos e imagine a seguinte cena:

Você está em pé, correndo em direção ao horizonte. Ao seu lado correm centenas de pessoas ao mesmo tempo, em ritmos diferentes que o seu. A maioria delas não nota sua presença e nem você percebe a presença delas.

Algumas pessoas porém correm de mãos dadas com você, ao seu lado, um pouco à frente ou logo atrás de você. Vocês correm juntos, se ajudam o tempo todo, mas não param de correr. De vez em quando surje uma nova pessoa ao seu lado, vinda não se sabe de onde. E ela começa a correr com você enquanto alguns dos seus antigos companheiros saem do seu grupo e juntam-se a outro.

Subitamente uma pessoa do seu grupo para de correr e fica para tráz. Vocês param um pouco, mal conseguindo se despedir daquela pessoa que parou de participar da grande corrida.

E logo você tem que começar a correr de novo, lamentando o companheiro que se foi. De repente ele é apenas uma lembrança.

E você tem que se preocupar com os companheiros que ainda estão correndo.

Esta é a sua vida.

Uma grande corrida, às vezes exaustiva, outras nem tanto, mas sempre uma corrida. Não sabemos o final, nem tampouco quem se juntará ao nosso grupo nessa empreitada. Também não sabemos quando nossos companheiros de jornada nos deixarão para encerrar a sua própria.

Importa manter o ritmo e não se deixar abater. Importa manter seu grupo unido e amparar os que estiverem ao seu alcance. Tenha consciência que para a maioria isso é o que poderá ser feito. Alguns vão conseguir ao longo de sua jornada apoiar muitos outros grupos. Esses são seres raros.

Comum para a grande maioria de nós, mortais corredores da imensa massa de seres humanos que habitam este planeta é suportar seu pequeno grupo, seus amigos, seus familiares mais próximos, seus entes queridos.

Boa jornada! Não se deixe abater pelos que se foram. Faz parte das regras. Guarde deles as boas lembranças e continue firme em sua própria corrida.

sábado, 25 de julho de 2009

Estou de volta!

Aos amigos que me acompanham neste blog:

Obrigado pelo apoio.

Peço desculpas pela demora em postar novos tópicos. Não existe justificativa. Perdi o foco por algum tempo mas estou de volta.

E com um monte de idéias e textos para publicar.

Me aguardem.

Abraços a todos,

Matheus 25:14:30 - O presidente precisa ler!

Depois de ouvir as últimas declarações do presidente Lula sobre os escândalos envolvendo o senador e ex-presidente José Sarney cheguei à conclusão que ele precisa ler um pouco da Bíblia. Especificamente Matheus, capítulo 25, versículos 14 a 30.

É a parabola do servo fiel, quando Jesus conta a estória do senhor que se ausenta e confia talentos a seus servos.

Em determinado momento o senhor retorna e diz ao servo fiel: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei."

O servo bom é fiel tanto no pouco quanto no muito. Não existe crime pequeno a um servo do povo, seja ele senador, deputado ou presidente. Não existe biografia que justifique uma quebra de confiança. Não importa se foi uma barra de chocolate comprada com dinheiro público ou uma cobertura duplex de luxo.

Nosso presidente tem que entender que não existe meia verdade. Uma meia verdade é uma mentira inteira. Uma pequena escorregada é um crime, é um erro, não deve e não pode ser aceito. Por muito menos governantes e congressistas cairam em países mais sérios que o nosso.

Pedir um "favor" para o namorado da neta ou algum amigo próximo tem o mesmo peso que desviar verba, publicar atos secretos, usufruir do bem público como se privado fosse.

Acompanho a biografia do Lula a muitos anos e fico estarrecido com as defesas que ele tem feito em nome do Sarney. Quais interesses estão debaixo do tapete? Será que o jogo está claro para nós, meros mortais?

Voltando ao tema inicial, percebo que falta aos nossos políticos e funcionários públicos de alto escalão a consciência básica de que eles são nossos servidores, nossos representantes, nossa voz reunida em assembléia. Falta a esses senhores assumirem que não foram eleitos para enriquecer às nossas custas, criar maracutaias e esquemas corruptos para beneficiar amigos e parentes.

Mas também falta à grande maioria do povo brasileiro coragem para assumir uma postura mais isenta, deixar de ser comprado por uma cesta básica ou um auxílio-bolsa-qualquer. Tem que ser consciente do próprio poder e insistir sempre. Cada vez que um político desses for comprovadamente denunciado e processado tem que parar de receber votos. Tem que ser banido da vida pública para sempre. Sem perdão. Sem segunda chance. A chance ele já teve e jogou fora. Chega de cargos eletivos para ele.

Às vezes eu penso que estou numa cruzada solitária. Que é loucura ficar insistindo e defendendo essas idéias. Sempre que vejo um Collor ser re-eleito e tantos outros como ele fico sem esperança de que as coisas algum dia mudem.

Mas eu sou teimoso. Sou brasileiro. Como diz o nosso "querido" governo, sou um brasileiro e não desisto nunca. Penso às vezes em desistir.

Mas não desisto.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Respeito de quem?

O Presidente do Senado, José Sarney, declarou em seu discurso que falta respeito aos homens públicos neste país. Que a mídia e a opinião pública estão sendo injustos com o seu passado, com 50 anos de bons serviços prestados.

Eu diria que na realidade falta aos homens públicos deste país respeito pelo povo que os elege e os mantém no poder. Quem é tão ingênuo a ponto de acreditar que ninguém sabia dos atos secretos? Prática corrente e notadamente usada com o objetivo de enganar o povo e a mídia.

Quem não deve não teme. Se o Senado não tivesse medo dos esqueletos no armário já teria feito uma devassa na estrutura inchada e ineficiente que o cerca.

Funcionários lotados em gabinetes recebendo salários regularmente e morando fora do país desde o início do ano? E ninguém notou a ausência nesse tempo todo? Alguém quer um atestado mais gritante de incompetência do que esse. Prova que a estrutura está errada e dá margens a esse tipo de oportunismo.

A funcionária em questão (parente do genro do senador Sarney)pediu demissão ontem e vai devolver os valores recebidos indevidamente. E fica por isso mesmo? Será que não cabe um processo por falsidade ideológica ou má fé? Não foi cometido nenhum crime? Será esse o único caso existente ou apenas foi o único a ser descoberto e exposto?

Quanto mais se mexe nesse vespeiro mais zumbido se ouve. Novos escandalos surgem diariamente e o que vemos são caretas de surpresa e indignação. Vamos inscrever o Congresso Nacional no Oscar. Pelo menos podemos ganhar alguma coisa com isso.

- E o Oscar de melhor ator de drama vai para o Senador Fulado de Tal, do Brasil!

Podemos concorrer em comédia, melhor enredo, ator e atriz tanto principais quanto coadjuvantes, trilha sonora e fotografia. Algumas desculpas apresentadas até nos habilitam na categoria de ficção científica.

Bons deputados e senadores são raros. Mas de excelentes atores estamos repletos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Pranto Solidário...

Um amigo comentou ao ouvir sobre o acidente do Airbus da Air France:

-"Acidentes acontecem o tempo todo! Não sei porquê fazer tanto estardalhaço sobre esse acidente".

Tenho que concordar com meu amigo em um ponto: realmente acidentes acontecem todos os dias, pessoas morrem a cada minuto em vários lugares ao redor do mundo e com certeza nossa vida vai continuar depois deste acidente.

Mas eu me sinto particularmente triste e solidário com as famílias das vítimas deste acidente. Já perdi amigos em vários tipos de acidentes, inclusive aéreos.

A morte é a única e definitiva certeza em nossas existências. Porém, a morte abrupta, inesperada ou acidental de uma pessoa que nos é querida sempre nos afeta de forma diferente. Assistir à morte lenta e dolorosa de um parente ou amigo causada por uma doença esgota e causa muita dor. A morte de um amigo com que você conversou no dia anterior e com quem havia compromissos ou planos para o futuro costuma "tirar nossos pés do chão" e nos força a questionamentos e reavaliações.

Apesar de não conhecer nem ser próximo de nenhum dos ocupantes do voo acidentado sermos bombardeado por notícias a respeito o tempo todo, via internet, TV e rádio faz com que saibamos um pouco das biografias dessas vidas interrompidas. Crianças e jovens morreram além de muitos adultos. Deixam de ser desconhecidos para se tornarem conhecidos distantes.

Planos, carreiras, sonhos, desejos e amores interrompidos. Vivemos tão intensamente nossas vidas neste mundo em alta velocidade que, às vezes, nos consideramos eternos.

A lição que podemos aprender: vida sua longa intensamente sim. Planeje seu futuro com certeza. Mas não deixe tudo para amanhã. Reparta seus dias, visite seus amigos e parentes, faça aquilo que gosta, use sua roupa e seu perfume favorito.

Podemos a qualquer momento embarcar em um voo sem volta. Nenhum de nós está livre do que aconteceu aos passageiros e tripulantes do voo 447.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Se eu fosse um congressista ... I

Sempre que eu vejo algum ato ou novo escândalo envolvendo o Congresso ou seus ilustres membros, representantes do povo brasileiro, costumo comentar algo do gênero: "Se eu fosse um deputado ou senador eu faria ou proporia isso ou aquilo".

Resolvi então colocar minhas idéias e propostas aqui no Blog. Quero esclarecer apenas que não estou em campanha por nenhum partido. Apenas quero expressar minhas opiniões e avaliar se estou sozinho ou tenho outras pessoas compartilhando meus sonhos.

Hoje, por exemplo, eu gostaria de falar sobre os pichadores. Fico extremamente decepcionado com a falta de ação dos poderes constituidos na repressão desse tipo de vandalismo. Nesse e em outros pontos sou meio Saraiva e meio Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York: Tolerância Zero!

Com os recursos tecnológicos que hoje temos à disposição eu proporia a intensificação do monitoramento em vídeo dos prédios das cidades e criaria um portal na internet onde qualquer sistema poderia ser anexado on-line. Traduzindo em bom português, se o seu condomínio ou bairro tem um sistema de vigilância você poderia entrar no portal e criar um link para seu sistema.

Toda vez que qualquer um dos sistemas captasse os pichadores em ação eles iriam imediatamente para um portal "PROCURADOS", como infratores pegos em flagrante (as imagens não mentem). Um sistema de reconhecimento facial poderia ser usado para tentar identificar cruzando os dados dos bancos de informação de escolas, governo, Detran ou qualquer outro onde houvessem fotos armazenadas.

As lojas de tinta deveriam registrar toda e qualquer venda de tinta spray com uma imagem obtida via PC com uma webcam instalada. Como deve ser feito o registro da venda de cola e outras substâncias tóxicas.

A punição tem que ser severa. Nossas cidades estão emporcalhadas por causa desses vorazes destruidores do patrimônio alheio. Nada de cesta básica. Tem que limpar a sujeira que fez, indenizar o proprietário para que ele possa repintar seu imóvel e ainda envolver os pais no processo, se os pichadores forem menores de idade.

Vândalos e pichadores tem que entender que respeitar a propriedade alheia ou pública é um princípio para quem viver em sociedade. E que existem punições graves para quem comete tais delitos.

Todo dia vejo aqui em Campinas um ponto de ônibus depredado, um orelhão destruído, retrovisores de carros no chão, paredes e muros rabiscados.

Resumindo: Pichadores e Vândalos - Fora!!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Bruno Mazzeo de novo!!

Novamente o ator e humorista faz uso de situações que não são politicamente corretas para se fazer engraçado. No ultimo domingo o tema do seu quadro no Fantástico satirizou as situações comuns à grande maioria dos mortais comuns: compra no supermercado.

Ele até que foi razoavelmente bem durante o quadro. Acabou pisando na bola no último minuto: tirou as compras do carrinho e, antes de sair, não devolveu o carrinho ao local correto e, para piorar, ainda lançou o carrinho a esmo pelo estacionamento.
Resultado: o carrinho colidiu com um carro que passava. E ele saiu de fininho, balançando os ombros e fazendo cara do gênero "fiz besteira!".

Não achei a situação nem um pouco engraçada por vários motivos:

1. Isso já aconteceu comigo e a marca do carrinho está até hoje na lateral do meu carro.

2. Incentivar as pessoas a agirem incorretamente não é engraçado.

3. O resultado poderia ser pior que um simples risco ou amassado.

Semana passada fui fazer compras em um grande supermercado aqui em Campinas e me deparei com um situação parecida: vários clientes de cara amarrada por não encontrarem carrinhos disponíveis na área adequada tendo que "caçar" um vazio pelo estacionamento. Essas mesmas pessoas (tive a pachorra de esperar para ver) terminavam suas compras e largavam seus carrinhos ao lado do carro, geralmente atrapalhando o coitado do vizinho quando este tivesse que sair mais tarde.

Tudo seria muito mais simples se todos tivessem consciência e devolvessem o carrinho no lugar correto. Mas isso já é utopia.

Se não conseguimos pela boa vontade, que tal usar um pouco de criatividade ou mexer com o bolso das pessoas? Poderiamos usar o mesmo princípio utilizado nos grandes aeroportos americanos onde os carrinhos são presos a um dispositivo que somente os libera se você depositar um moeda. Se você largar o carrinho em qualquer lugar você perde sua moeda mas pelo menos ajuda a bancar alguém (o garoto dos carrinhos, por exemplo). Porque a moeda é devolvida se você devolver o carrinho ao dispositivo. Quem assistiu ao filme "Terminal", com Tom Hanks, deve ter notado que ele usa esse subterfúgio para conseguir dinheiro para comer.

Simples e prático. Como diziam os mais velhos, "se não for por amor que seja pela dor".

Algumas vezes a situação até seria engraçada se não fosse trágica. Finalizando, houve uma vez em que caminhava até o carro quando vi um senhor retirando suas compras ao lado da minha vaga. Ele terminou, olhou para os lados e empurrou o carrinho justamente para a frente do meu carro! Eu caminhei calmamente até onde estava o carrinho, movi o dito cujo para a frente do carro do citado senhor, cumprimentei-o e sai calmamente. Ele ficou vermelho como um tomate e não se moveu enquando eu não estava bem longe (vi pelo retrovisor). Ele podia ter ido dormir sem esse vexame.

Como dizem os cavalheiros: "Um tapa de luva de pelica doi muito mais que uma agressão física".

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O errado tornou-se engraçado?

Assisti ontem a um quadro do Fantástico em que o ator e humorista Bruno Mazzeo enfrentava diversas situações corriqueiras em um shopping com uma pitada de humor.

Depois do que vi cheguei à conclusão que o estoque de boas idéias de alguns humoristas está se esgotando quando situações erradas são tratadas de forma cômica. Estou me referindo ao momento em que ele desiste de procurar vaga no estacionamento e escolhe para si uma vaga de deficiente. Na chamada do programa ele sai do carro mancando quando surge um segurança do shopping, mas acredito que o trecho tenha sido cortado após soar o alarme do revisor de plantão. Ao final da "peça" ele comenta que usou uma vaga de deficiente e que talvez tivesse que usar novamente, pois havia se esquecido de pagar a taxa de estacionamento.

Diversos estudos e teses acadêmicas já provaram o poder de persuasão exercido pela TV sobre a moral e os costumes de uma sociedade. A grande maioria das pessoas adota a moda ditada pelas novelas e comportamentos são copiados. As crianças adotam atitudes dos seus ídolos - motivo esse que levou à monitoração constante das peças publicitárias voltadas ao público infantil.

Fiquei realmente decepcionado com o que vi. Toda a estrutura da Rede Globo e sua postura e código de ética não perceberam a mensagem nociva que estava sendo passada aos telespectadores.

Já é intolerável presenciarmos ao vivo e a cores as vagas dos deficientes e dos idosos serem usurpadas constantemente sob esse mesmo pretexto: "Não encontrei vaga então peguei a que estava mais próxima!". Como declarou outro dia uma senhora em um artigo de jornal: "Os jovens fingem que estão dormindo para não cederem os assentos reservados que ocuparam indevidamente nos trens, ônibus e metrô". Esses mesmos jovens acham que permanecerão assim eternamente e que nunca serão velhos. E que sempre terão a disposição e energia que possuem hoje.

Volto a insistir neste assunto (já discutido em outro texto): os pais são os responsáveis pela educação de seus filhos. Os professores cuidam do conhecimento, da alfabetização e da cultura geral. Os pais cuidam da moral, bons costumes, ética e comportamento adequado em sociedade (mesmo que a televisão boicote os ensinamentos eventualmente).

terça-feira, 5 de maio de 2009

Gerundismo

O papel do gerundismo no dia-a-dia atingiu um patamar insuportável. As pessoas se acostumaram com o som e estão escrevendo nas mensagens eletrônicas, nos chats e programas de mensagens instantâneas.

Um amigo meu recebeu a mensagem abaixo de um corretor de seguros:

"Boa tarde, [nome]!
A respeito do seguro de vida, você pode estar, sim, fazendo a alteração dele para um plano maior.
Vou estar lhe mandando a tabela para que você possa estar verificando se quer mesmo estar alterando.
Qualquer coisa entrar em contato."

Faltou dizer "vou estar entrando em contato"!

Estar fazendo, estar mandando, estar verificando e estar alterando! Será que são apenas os meus olhos e ouvidos que sofrem com tamanha agressão verbal?

Quem determinou que devemos "estar escrevendo" dessa forma? Ou então que é "bOnItInHo" escrever alternando maiúsculas e minúsculas?

Nota-se que a cada ano que passa a escrita e a comunicação verbal vão de mal a pior. Acrescente-se ao gerundismo reinante outros erros gritantes, frases sem sentido, de interpretação dúbia ou duvidosa e uma dificuldade inacreditável para se fazer entender. Se você pedir um texto ou carta de próprio punho o mundo acaba. As pessoas estão lendo menos, estudando pouco e colecionando diplomas como se fossem quadros. E perdendo a capacidade de se comunicar ou se fazer entender.

Nem mesmo o corretor ortográfico salva a situação já que aparentemente poucas pessoas sabem que ele existe ou como usá-lo.

Será que precisamos de outra reforma ortográfica ou de uma significativa melhora na educação básica das nossas crianças e jovens?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Caixinha mesa 10! Obrigado!!

Aqui em Campinas existe um restaurante de comida árabe que costumo frequentar chamado Papai Salim. Tirando o fato da comida ser muito boa e eu gostar das esfihas, quibes, coalhadas, charutos de uva e kaftas que eles fazem uma das coisas que me dão satisfação em ser assíduo do lugar é uma prática que se repete como um ritual.

Todo cliente que opta pelo pagamento dos 10% da nota para o caixinha recebe em agradecimento um efusivo anúncio no voz do próprio dono:

- Caixinha mesa 10!

E todos os funcionários respondem ao mesmo tempo: Obrigado!!

Na semana passada estive lá e havia uma empreiteira do lado de fora furando o asfalto com uma britadeira. Eles gritaram mais alto que a britadeira e sorriram após o feito realizado. Foi divertido e prazeiroso.

Pode parecer estranho para alguns eu estar escrevendo sobre isso em meu blog. Mas mais estranho ainda vai soar para alguns se souberem que muitos bares e restaurantes costumam "embolsar" os 10% que seriam destinados aos garçons e demais funcionários. A transparência com que isso ocorre no Papai Salim me agrada muito pois sei que esse dinheiro será distribuido religiosamente entre os funcionários. Quiça outros restaurantes seguissem essa prática.

Sou uma pessoa muito sociável e gosto de conversar. Bastam cinco minutos ao meu lado para que eu já puxe um assunto. Portanto já conversei com muitos garçons e sei que o que estou lhes dizendo é verdade. Soube até de um restaurante que pagava salário mínimo para seus garçons e retinha 100% das gorjetas. E quem reclamava era mandado embora. Fiel que sou aos meus princípios deixei de frequentar o restaurante e fui um dia questionado pela proprietária na rua por ter sumido. Educadamente disse a ela que voltaria a frequentar o lugar no mesmo dia em que ela parasse de se apropriar das gorjetas. Não preciso dizer que a dita cuja ficou indignada e me respondeu que isso não era da minha conta (não negou o fato - apenas disse que eu não tinha nada a ver com o assunto).

Como consumidores temos que ter consciência do nosso poder. O maior ativo das empresas são seus clientes. E cliente insatisfeito pode fazer com que uma empresa feche suas portas. Como o restaurante daquela senhora, que alguns meses depois fechou suas portas pois não haviam mais clientes interessados em compactuar com boa comida com tempero azedo!

Parabéns ao pessoal do Papai Salim pela transparência. E que outros sigam seu exemplo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A voz de um anjo tocou minha alma hoje!

Hoje de manhã fui pego de surpresa. Estava tomando café tranquilamente e assistindo ao jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, quando foi exibida uma reportagem sobre Susan Boyle.

Quem é Susan Boyle? Até poucos dias ela era uma mulher escocesa de 47 anos, solteira e que nunca havia sido beijada por um homem. Longe dos padrões de beleza vigentes e de aparência simplória ela se candidatou em um concurso de cantores na Inglaterra.

Logo de início se ouviram risos e olhares surpresos para aquela mulher de aparência até grotesca sob a ótica dominante. Uma frase dela me chamou a atenção: "Ei, isso que vocês estão vendo é apenas uma parte de mim!".

Eu sou mais do que aparento ser. Não me julgue pela aparência apenas, não julgue o livro pela capa somente.

Então ela soltou a voz. E aquela voz angelical me tocou tão profundamente que meus olhos se encheram de lágrimas na mesma hora. Ela conseguiu me atingir apenas com a voz maravilhosa que Deus lhe deu.

Ela é a prova viva e afirmativa que Deus tem seus planos para cada um de nós. E ela colocou por terra todos os preconceitos naquele momento em que mostrou que ela era linda! Porque somente alguém lindo poderia tocar tão fundo na alma dos outros simplesmente cantando.

Tenho certeza que muitos outros também foram tocados. Dava para ver nos olhos e na reação das pessoas. Até este momento em que estou escrevendo estas palavras mais de 40 milhões de pessoas já haviam assistido ao vídeo no youtube.

E ela se tornou uma lenda viva, um fenômeno mundial!

Nunca desistam dos seus sonhos. Lutem e acreditem. Tenha fé e perseverem. Chegará o dia em que eles vão se concretizar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Que país é este?


Tirei esta foto em um banheiro público na Lagoa do Taquaral, em Campinas. Para quem não conhece é um dos locais favoritos da cidade para quem gosta de caminhar, correr, andar de bicicleta, passear com a família e ficar em contato com a natureza em uma cidade quase metrópole como esta. O local é tranquilo e mesmo assim precisamos de um cadeado no suporte para papel higiênico.

Nesse mesmo parque vi outro dia uma cena da qual tive orgulho. Um garoto com aproximadamente 3 anos caminhava cambaleante com uma garrafa PET vazia em direção ao lixo. Esticou até onde pode e lançou a garrafa no cesto. Virou sorridente para os pais, bem jovens por sinal, que gritaram e aplaudiram alegremente a grande aventura do filho. O menino exultou de alegria e correu em direção a eles com um enorme sorriso estampado. Uma criança que está sendo bem educada e que provavelmente fará diferença no futuro.

No mesmo dia em que vi a cena acima almocei em um restaurante próximo ao meu escritório. Enquanto almoçava observei uma mãe com um casal de filhos adolescentes sentados a uma mesa próxima. A mãe era uma típica perua, com uma filha patricinha e um filho meio moderninho, meio punk. Enquanto a filha tagarelava sem parar ao celular, em voz alta, a mãe se preocupava com as unhas e ajeitava a maquiagem num pequeno espelho. O filho serviu-se, sentou-se à mesa e procurou pelo molho de soja, pois o menu era somente de comida japonesa. Comentou com a mãe, que apontou outras mesas, e o garoto levantou-se em direção à mais próxima e pegou o molho desejado. O detalhe interessante é que a mesa estava ocupada por outro casal que estava se servindo novamente, deixando o local visivelmente ocupado (celular, bolsa e copos de bebida). A mãe notou e falou para o filho alguma coisa que não pude ouvir e este simplesmente agitou os ombros em sinal de desprezo. O outro casal retornou e teve que pedir outro frasco de molho ao garçom.

Este tipo de educação e atitude é que está se tornando cada vez mais comum. O total desprezo pelas regras de convivência em sociedade, falta de educação e egoísmo. É mais comum observar as pessoas atirando lixo pelas janelas dos carros do que alguém se preocupando em ensinar boas maneiras aos filhos. A mãe desses adolescentes é uma típica representante da geração de pais que não estão nem ai para os valores passados aos filhos.

Que geraçao de adultos estamos deixando para a próxima década?
Será que agora é cada um por si e que todos se danem?
Onde vamos parar agindo desta maneira?

Vemos pais despreparados dando constantemente maus exemplos aos seus filhos. Estacionam onde querem, roubam vagas descaradamente, param em fila dupla, fazer conversões proibidas, não sabem viver em sociedade de forma civilizada, abrem potes de iogurte e bolachas nos supermercados e disfarçadamente jogam a embalagem fora antes de chegar ao caixa. As crianças são, em sua maioria, extremamente observadoras e aprendem pelo exemplo e pela interação. E os exemplos estão deixando muito a desejar.

Não adianta dizer que o problema está nas casas. Meu amigo Longhi esteve me visitando recentemente e contou que outro dia estava trabalhando até mais tarde em sua empresa. Já era noite e a luz da frente estava apagada, mas ele podia ver toda a rua com clareza. Observou então uma professora da escola em frente se aproximar sorrateiramente do novo jardim e arrancar uma das flores recém-plantadas. Olhou em volta para ver se ninguém a observava e guardou a muda em uma sacola plástica. Ou seja, a ação além de tudo era premeditada. O que será que essa professora ensina aos seus filhos na escola?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ateus

Esta semana precisei tomar um táxi para casa e acabei passando por uma situação curiosa.

Quem me conhece bem sabe que não sou ou procuro não ser radical nas minhas opiniões. Gosto até de participar de um bom embate filosófico desde que as partes estejam dispostas a trocar e não simplesmente impor idéias. O que não pareceu ser o caso do meu taxista. Ele mansamente começou a abordagem falando de religião, a palavra sagrada, o livro sagrado e, de repente, voltou-se contra os ateus.

Disse: - Eu não entendo como podem existir tantos ateus hoje em dia. Como é que alguém pode viver sem acreditar em Deus?

Como ele esperava por uma resposta, retruquei:

- Sabe de quem é a culpa por existirem tantos ateus? É dos fanáticos religiosos que matam e fazem guerras santas em nome de um Deus diferente do meu. Milhares de pessoas já foram mortas e perseguidas em nome de diferentes religiões. Eu nunca soube de uma guerra que surgiu por causa de ateus. O máximo que já vi foram ateus lutando em guerras por patriotismo, não por fé. A maioria dos ateus que eu conheço (tenho vários amigos) são pessoas bastante racionais e com inteligência acima da média. Eles podem não acreditar em Deus mas também não acreditam em violência cega ou fanatismo.

Ele ficou mudo e me olhou espantado. Finalizei dizendo:

- Meu Deus é um Deus de amor e paz. A maioria das pessoas que segue cegamente uma religião ou credo não pensa muito no que ouve. Não reflete, não questiona. Isso as torna manipuláveis, faz com sejam presas fáceis para esse monte de aproveitadores que usam a religião para enriquecer. São esses os verdadeiros ateus que usam o nome de Deus em vão, apenas para seus próprios interesses.

Desse ponto em diante, o taxista seguiu mudo e pensativo. Acho que consegui gerar alguma dúvida na cabeça desse senhor, pensei comigo.

Vejo as pessoas seguindo religiões cegamente, tentanto encontrar alívio para suas aflições e dúvidas existenciais. Muitas delas são como certas pessoas que leem sobre um assunto novo ou ouvem algo interessante e já saem defendendo a idéia, julgando-se doutores no assunto sendo que sequer arranharam a superfície do tema. São como papagaios que repetem o que lhes foi dito, mas não tem argumentos consistentes que resistam a uma boa argumentação.

Quero concluir dizendo que acredito na liberdade de expressão e de credos. Cada um deve seguir o que acredita. Mas também acredito na coerência e no respeito às diferenças. Poucos são os que creem e são compreensivos o suficiente para aceitar pontos de vista diferentes dos seus.

Teríamos menos guerras e conflitos se parassem de usar o nome de Deus como se fosse um dos deuses da mitologia grega: Marte (Ares), o deus da guerra.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Reunião da Diretoria

A reunião começou cedo naquela manhã (11:00h). Mas havia um problema grave de logística: o café estava amargo e a água potável estava quente. Não havia pauta para discutir. Havia papel para anotar, mas não havia caneta.

O Diretor Geral estava visivelmente irritado. Afinal era uma quarta-feira, a semana já estava acabando e ele precisava viajar no final da tarde para passar o final de semana com a família. Iriam partir no final da tarde dessa mesma quarta-feira e retornariam no inicio da próxima semana (anoitecer de terça-feira).

Vida difícil essa de Diretor Geral. Chamou então o Diretor de Chás e Cafés e perguntou porquê o café estava fraco e gelado.

- A culpa é do Diretor de Açúcar e Sal que ainda não voltou do feriado prolongado do mês passado. Faltou açúcar e ele não assinou a requisição de compras em 12 vias com cópia para arquivo. Café nós temos o suficiente para o ano inteiro. O fornecedor (sobrinho-neto do vizinho do seu sogro) já fez a entrega no preço que havíamos combinado. Sugiro criarmos o cargo de vice-diretor de Açúcar e Sal para evitarmos esse tipo de situação no futuro.

- Aprovado, disseram todos os presentes.

Voltou-se para o Diretor de Água Potável e Refrescos e perguntou qual a razão da água estar quente:

- A culpa é do Diretor de Refrigeração e Ar-Condicionado, que também é responsável pelas geladeiras. Ele comprou um lote de geladeiras para substituir aquelas que compramos no trimestre passado e que foram doadas para a ONG Pró-Geladeiras (aquela que é dirigida pelo namorado da sua filha extra-conjugal). Mas houve um problema na entrega e ele está justamente em viagem para a matriz do fornecedor no Caribe tentando resolver o impasse. Deve voltar em duas ou três semanas com o problema resolvido. Sugiro contratarmos em regime de emergência um fornecedor de água gelada sem concorrência face à urgência do problema.

- Aprovado, disseram todos os presentes.

O Diretor Geral tomou a palavra novamente e explicou a todos que não havia pauta porque não havia tido tempo na semana anterior (quarta-feira) para preparar a pauta após a reunião extraordinária realizada em Porto Seguro. O problema das canetas seria resolvido com a criação da Diretoria de Escrita em Geral que seria responsável a partir de agora pelas canetas, lápis e afins.

- Tendo sido tudo resolvido do melhor maneira, declaro encerrada esta reunião ordinária e autorizo o pagamento dos bônus de participação a todos os 199 diretores, mesmo os ausentes, já que todos mandaram suas devidas justificativas e atestados de saúde.

__________________________________________________

Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência. Enquanto nosso Congresso precisa de 181 diretores para poder atender às demandas dos dignos representantes do povo a Apple continua sendo uma das maiores corporações empresariais do mundo com apenas 10 diretores (informação extraída do livro A Cabeça de Steve Jobs, LEANDER KAHNEY).

terça-feira, 17 de março de 2009

1905 - O ano do milagre

Quem nunca ouviu falar em Albert Einstein? Seus feitos, idéias revolucionárias, suas teorias, sua cabeleira branca, seu olhar maroto? Como muitas personalidades da nossa história já ouvimos falar sobre seus feitos e suas realizações.

Sábado, 14/03, assisti a um documentário sobre sua vida e obra no History Channel. Normalmente sua biografia descreve quão polêmica foi sua revolução no pensamento vigente na época, seu prêmio Nobel, suas viagens pelo mundo e como se tornou tão popular quanto um astro de rock. A reportagem mostrou o lado humano de Albert Einstein.

Einstein se achava uma pessoa abaixo da média. Considerava-se um fracassado e chegou a questionar se teria ou não valido a pena ter nascido. Seu pai morreu concordando com isso. Porquê? Porque ele pensava demais, refletia muito e queria entender a fundo como as coisas funcionavam. Quando era criança ganhou uma bússola e passou horas admirando o ponteiro que sempre apontava o Norte, fascinado com o que via. E ele tinha apenas 5 anos na época.

Pensou em vender seguros e foi trabalhar como auxiliar de patentes, pois não conseguiu colocação como professor. E isso fez com que ele tivesse tempo para pensar muito e escrever 4 artigos com teorias totalmente revolucionárias. Um deles sobre a existência do átomo e outro sobre a luz e fótons, todos publicados em 1905. Foi por causa deste último artigo que ele ganhou o Nobel e não sobre seus trabalhos referentes à Teoria da Relatividade.

Ele acreditava tão piamente que seria agraciado com um Nobel que negociou seu divórcio com a primeira esposa prometendo a ela o prêmio integral como forma de pensão. E cumpriu o prometido quando o recebeu.

Mas nem tudo são flores. Ele teve que amargar anos de espera e ansiedade até que um cientista de renome, Max Planck, acreditasse no seu valor e publicasse seus artigos. Einstein nunca desistiu até ver seu trabalho reconhecido.

Quantas vezes em nossas vidas não temos paciência de aguardar alguns dias ou semanas por um resultado para coisas muitas vezes banais? Ele teve paciência de esperar anos por algo que revolucionaria a face da Terra e a história do homem.

Quando precisou provar sua teoria sobre espaço-tempo, afirmando que os corpos celestes podiam curvar o espaço ao seu redor e até desviar a trajetória de um raio de luz ele se viu diante de uma dos seus maiores desafios: criar um experimento que mostrasse que ele não estava delirando ao desafiar o universo Newtoniano.

Para isso ele precisava apenas de algumas coisas: um raio de luz, um corpo de massa descomunal, uma foto antes e outra depois. A solução seria observar um raio de luz passando pelo Sol atingindo a Terra e sendo fotografado. Parece fácil hoje, mas no começo do século 20 isso era uma tarefa hercúlea. Envolvia custos altíssimos, equipamentos de última geração, disposição política, planejamento durante meses, expedições a lugares longínquos e perigosos, transpor territórios em guerra. E depois de tudo isso, ainda analisar os dados obtidos e comprovar sua teoria. Sem computadores!

Quantas vezes em nossas vidas deixamos de lado um projeto ou idéia porque os obstáculos parecem intransponíveis? Sendo que muitas vezes bastam algumas noites sem sono, um pouco de economia, dedicação, convencer algumas pessoas ou fazer algumas horas extras?

Quando você lê algo sobre um gênio ou celebridade que chegou ao topo qual é seu pensamento?

"O que ele tem que eu não tenho? Porque ele e não eu? Tudo é fácil para
alguém como ele!".

Ou então:

"Quero ser como ele! Vou lutar para alcançar meus objetivos! Eu também posso chegar lá!".

Sua resposta define sua postura diante da vida.


Esta é uma foto da época do prêmio Nobel. A primeira é mais conhecida, dos seus últimos anos de vida.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Emprego X Trabalho

O mundo está em crise e milhares de empregos desapareceram da noite para o dia. As manchetes de todos os jornais do planeta discutem as causas e as soluções para a recessão global que nos assola.

Eu gostaria de falar sobre a crise também, mas acredito que vou chover no molhado. Muito já se falou, culpados foram apontados, soluções foram discutidas e apresentadas e temos que aguardar até que se mostrem efetivas ou não. Não aguardar sentados é óbvio. Cada um tem que dar o melhor de si para suplantarmos este momento.

Eu quero discutir outro assunto. Ouço as pessoas reclamando que está difícil conseguir emprego já há bastante tempo. Quando você se aprofunda um pouco na conversa muitas vezes ouve desabafos tais como: "Já cansei de trabalhar e ganhar pouco. Quero um emprego onde eu ganhe mais e trabalhe menos. Acho que vou estudar para um concurso público em um órgão onde não tenha que me esforçar muito, deixar o tempo passar e esperar minha aposentaria". Essa conversa não é nova e não tem nada a ver com a crise atual.

Para alguém que começou como office-boy aos 11 anos como eu ou como engraxate aos 9 anos como meu pai é difícil ouvir uma balela dessas. Parece que as palavras "Trabalho" e "Emprego" já não significam mais a mesma coisa. Pior ainda, significam atividades excludentes.

Posso citar alguns exemplos que presenciei:

I - Nas proximidades do meu apartamento funciona um restaurante a quilo pequeno e simples. O proprietário acorda todo dia às 4h da manhã para começar seu expediente às 5h, preparar tudo junto com sua equipe e estar pronto para os clientes em torno de 11h. Como ele só abre para o almoço fecha as portas às 15h, mas só consegue ir para casa mesmo depois das 18h, pois tem que limpar o restaurante, fechar o caixa, pagar as contas do dia e ainda passar no mercado para reabastecer. Todo dia ele recebe a visita de mais de 20 pedintes querendo comida de graça. Semana passada ele ofereceu emprego para vários deles e obteve como resposta olhares furiosos, xingamentos e recusas. E continua até hoje sem o procurado ajudante.

II - O quintal do meu vizinho está com a grama na altura dos joelhos e ele não encontra um único interessado em cortar a grama em troca de um pagamento justo. Ele mesmo não a corta porquê já está com 70 anos e tem artrite. Mas já cortou muitas vezes quando ainda tinha saúde.

III - Os programas assistenciais do governo como o bolsa-família, vale-gás, vale-x-tudo e vale-voto contribuem para essa situação quando são aplicados indiscriminadamente. Recentemente li um artigo comentando o caso de um restaurante no Nordeste freqüentado pelo colunista há décadas. Ele sempre foi servido pelo mesmo garçom, porém, na última vez em que lá esteve, notou a falta do funcionário e perguntou ao proprietário o que havia acontecido. A resposta foi: "Meu ex-funcionário conseguiu um auxílio do governo para si e para o filho e resolveu parar de trabalhar. E eu não estou conseguindo achar ninguém para substituí-lo no momento". Alguns vão dizer que é um caso isolado e que a grande maioria precisa do auxílio. Não sei dizer que está com a razão. Acredito apenas que o governo deve ficar atento a esses sintomas e melhorar o controle e concessão desses programas. Tem muita gente se aproveitando dessa situação, mesmo pessoas empregadas ou donos de pequenos negócios (informais é lógico).

O que eu tenho observado é que a Lei de Gerson continua viva e em vigência plena. A idéia é tirar vantagem sempre que possível, colocar o burro na sombra e contar com a ajuda dos outros, seja governo ou uma bondosa alma caridosa.

Se a prerrogativa do texto está correta então digo que precisamos de mais trabalhadores e menos empregados se quisermos evoluir como povo e como nação.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Hipocrisia

A Igreja Católica agiu rapidamente no caso do aborto de gêmeos em uma garota de 9 anos vítima de estupro: excomungou os médicos que fizeram o aborto e também a mãe da garota que deu a autorização para os médicos. A declaração oficial diz que o aborto é um crime mais grave que o estupro e que as bebês eram inocentes e que o mandamento que diz "Não matarás" deve ser respeitado acima de tudo. Mesmo que isso levasse à morte a mãe das crianças (o que provavelmente iria ocorrer).

Não sou a favor do aborto quando a gravidez resulta da inconsequência de quem pratica sexo sem prevenção. Isso em um mundo onde se dispõe de inúmeros recursos contraceptivos. Acredito que toda regra tem exceção e, neste caso, a vida da garota de 9 anos estava em risco. Ela já teve sua alma mutilada e sua pureza assassinada pelo padrasto. Ela não é a vítima que deveria ser protegida acima de tudo? Nesta situação sou a favor do aborto. Estupro é um crime tão grave quanto qualquer outro que seja fruto de violência. Nenhuma mulher deve ser obrigada a gerar um filho fruto do desamor, do ódio, de um ato violento como esse. Ela deve ter a opção de escolher. Se optar pela vida ela estará fazendo isso de livre e espontânea vontade. Se optar pelo aborto, deverá contar com o apoio do poder constituído e ter toda a assistência que se fizer necessária.

Da mesma forma que o Arcebispo de Recife chama a atenção do Presidente do Brasil dizendo que ele deveria ter uma assessoria religiosa antes de se manifestar eu afirmo que ele deveria ter uma assessoria médica para informá-lo do risco que corre uma criança de 9 anos numa gestação de gêmeos. Ou será que ele sabe mais que os médicos que foram chamados para opinar neste caso?

Também acho estranho que não se leiam notícias sobre outras excomunhões diariamente, afinal todo dia são condenados dezenas de criminosos que praticaram, às vezes, vários assassinatos contra vítimas também inocentes. Deveriam ser igualmente penalizados, pelo menos os que são católicos. O que se vê na realidade é a Pastoral dos Presos e várias entidades religiosas e não-governamentais lutando pelos direitos humanos dos presos. Direitos humanos para humanos direitos.

A mesma igreja que condena e expulsa esses médicos abriga e protege inúmeros religiosos que praticam a pedofilia. Ela os transfere para outra paróquia ou país, paga indenizações milionárias, esconde a sujeira debaixo do tapete e o mundo continua girando. Essa mesma igreja demora séculos para admitir que a Inquisição cometeu excessos e que inúmeros inocentes foram mortos em nome de Deus. Os assassinos que cometeram esses crimes foram excomungados post-mortem ou foram canonizados? Se até Oscar para atores mortos podem ser outorgados porque então não se excomungam todos os assassinos de que se tem notícia?

A balança tem dois pesos e duas medidas?

Vivemos em um mundo moderno mas algumas atitudes são arcaicas, dignas da Idade Média.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Era uma vez... Um conto de fadas moderno!

Era uma vez, em um país muito distante, um povo humilde e trabalhador que adorava conversar sobre política, futebol e religião.

Dos três assunos política era sempre o preferido, mais comentado do que qualquer outro. Como conseqüência, as polêmicas eram inevitáveis. Apesar de ser um país pequeno, não mais que algumas centenas de vidas, todo mundo gostava de dar sua opinião de vez em quando.

Um pequeno grupo começou a considerar que as discussões estavam pobres demais, pois discutia-se o óbvio. Eles eram intelectualmente superiores (ao menos assim se achavam) e decidiram que era hora de separar o joio do trigo. Criaram então um pequeno grupo, seleto e distinto, que discutia suas diferenças em particular. Surgiu então o Conselho dos Sábios. Mas, mesmo sendo pequeno, ainda existiam diferenças consideráveis, pontos de vista discordantes e visões opostas dentro do grupo.

Foi então que dentro do pequeno grupo se levantou um grupelho que tinha idéias mais próximas e não tão discordantes. Resolveram então que deviam se separar e criar um novo grupo de discussões, mais seleto ainda, com um nível altíssimo de discussões e assuntos a resolver. Afinal, eles eram ainda mais superiores intelectualmente e podiam resolver os problemas do pequeno país em que viviam. Nascia então o Conselho dos Mais Sábios.

Novamente surgiram diferenças, as diferenças levaram a discordâncias, as
discordâncias a polêmicas, a brigas e a desentendimentos.

Um último grupo então surgiu, do qual faziam parte apenas duas pessoas com visão tão avançada que ninguém mais podia participar das suas discussões. E as conversas eram longas, frutíferas, inteligentes, profundas. Enfim, soberbas.

Era o Supremo Conselho dos Mais Sábios. E esse grupo continuou por meses discutindo e dando soluções para todos os problemas do pequeno país.

E quando finalmente a discussão estava chegando ao supremo, ao maravilhos, ao divino aconteceu um pequeno acidente.

A terra tremeu e o espelho se quebrou. E o último membro do grupo finalmente se deu conta de que estava só há muito tempo, conversando com seu próprio reflexo. Era a sua imagem no espelho que lhe ouvia o tempo todo e concordava com tudo o que ele dizia.

E ele não viveu feliz para sempre, porque já não havia mais ninguém para ouvir suas brilhantes idéias. Ele foi definhando e suas idéias morreram com ele, sem gerar os frutos que ele queria.

FIM

terça-feira, 3 de março de 2009

Segurança no Trabalho: uma questão cultural?

Já visitei muitas fábricas por todo o país devido ao tipo de trabalho que exerço e observei posturas diferentes em relação à segurança do trabalho ou do trabalhador. Em algumas empresas a preocupação é obsessiva e cuidadosa, os terceirizados são treinados para seguirem as normas e procedimentos assim como todos os funcionários, existem equipamentos de proteção em abundância e os índices de acidente são bem reduzidos.

Em outras a preocupação não é tão evidente e, em algumas delas, simplesmente não existe. Infelizmente já presenciei acidentes graves e vários "quase acidentes", que por um triz ou por sorte do envolvido não chegaram a acontecer.

Mesmo quando as regras existem e os equipamentos estão disponíveis o fator humano prevalece sobre as condições. Por razões culturais muitos funcionários não gostam dos procedimentos de segurança.

Eles dizem que é frescura, que o equipamento atrapalha a execução das tarefas, faz muito calor ou que eles são bastante experientes e não precisam de tanta proteção. Macho que é macho não come mel, mastiga a abelha. E acabam abusando e sofrendo as consequências desse abuso.

Eu afirmo que o problema é cultural porque a raiz está na própria educação do nosso trabalhador, de origem humilde e pouca instrução e que está acostumado a cortar a grama descalço, de bermudas e sem camisa, muitas vezes em meio a um churrasco e com um copo de cerveja na outra mão. E com pressa para terminar logo para poder jogar uma peladinha com a grama mais baixa.

Vale o mesmo para pequenos consertos domésticos, arrumar o carro na calçada, subir no telhado para pegar uma pipa. São tantas as situações que daria para escrever um livro sobre o assunto.

Se você observar a foto acima verá o meu amigo Anders cortando a grama da sua casa, na Suécia. Nota-se uma grande diferença no comportamento em relação à segurança. E esse mesmo comportamento, essa mesma postura com a segurança em casa ele carrega para o trabalho. Deveríamos nos espelhar nesse modelo.


Todos dizem que "oriental" é sinônimo de paciência. Um bonsai tem que ser trabalhado lentamente durante anos para se obter uma peça moldada segundo os desejos do seu criador. Da mesma forma, se educarmos nossas crianças e jovens para que considerem a segurança um fator importante em suas vidas no futuro teremos adultos mais responsáveis, menos acidentes nas estradas e nas fábricas e menos acidentes domésticos.

Vale a pena divulgar essa idéia. Segurança no trabalho não é frescura, é essencial para preservar a vida humana.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Culto às Biografias

O cinema americano é celebre por homenagear personalidades cujas biografias possam servir como exemplo de vida. São inúmeros os exemplos de bons filmes realizados sob essa premissa. Não vou citar nenhum para não cometer injustiças, deixando de lado algum ou querendo propagandear outro.

O que eu quero dizer é que o cinema brasileiro poderia seguir esse exemplo e colocar na telona brasileiros que tiveram vidas exemplares ou executaram feitos que devam ser registrados além dos livros de história.

Não deveríamos ficar à mercê apenas das mini-séries da Rede Globo (geralmente realizadas com execelente aparato técnica e reconstituição de época).

São raras as exceções que tiveram esse privilégio e temos tantos grandes nomes que poderiam ser agraciados com essa justa homenagem.

Como diz o meu amigo Tristão, porque não levar para as telas a vida de Amaral Gurgel por exemplo?

Amaral Gurgel e você: existe semelhança?

Morreu Amaral Gurgel. Brasileiro com garra, engenheiro com visão, polêmico e inovador. Ele acreditou que podia fazer diferença e foi à luta. Foi motivo de piada para muitos, foi um exemplo de obstinação para outros. De qualquer forma ele se foi mas deixou registro de sua passagem por este mundo. Por muito tempo ainda se falará a respeito dos feitos desse grande brasileiro.

Hoje em dia ouço muita gente reclamando da vida, dos problemas, da crise mundial, do desemprego e da violência. Quando tentamos conversar a respeito o que se diz geralmente é: "O que posso fazer? Sou apenas um remando contra a maré!". Ou então "uma andorinha só não faz verão".

E com essa desculpa na ponta da língua o interlocutor não faz nada ou então engrossa a legião daqueles que se aproveitam dos outros, tira vantagem, age em beneficio próprio.

Você não precisa ser um Amaral Gurgel para fazer a sua parte. Acredite que pode fazer diferença para aqueles que estão a sua volta: ser um exemplo em sua casa, no seu trabalho, para sua família e amigos. Seja o Amaral Gurgel do seu bairro ou cidade. Muitas vezes não nos damos conta de como nossas ações influenciam aqueles que nos cercam, seja um filho pequeno ou um amigo de escola. Seja inovador, acredite em seus ideais e projetos e execute-os.

Já tive provas suficientes disso em minha vida ao reencontrar depois de muitas anos pessoas que conviveram comigo em diferentes épocas e ouvir, estupefato, que servi de modelo de conduta. O simples fato de ser um estudante dedicado com bons resultados motivou muitos a seguirem o mesmo caminho.

Agir é o que faz a diferença. Mas agir com boa fé, ter em mente que juntos podemos mudar o mundo em que vivemos. Não será uma tarefa fácil nem rápida. Ser um profissional competente e honesto, executar seu trabalho com dedicação e focado em resultados pode gerar mais frutos do que você imagina.

Outro grande brasileiro, o urologista Dr. Miguel Srougi, afirma que seu trabalho (dedicado e competente) "é a única forma de deixar marcas e mostrar que a minha passagem pela Terra não foi em vão".

Se mais pessoas pensassem como ele, em alguns anos veríamos o resultado. Ele pode ser o fato gerador e exemplo para outros. Assim como ocorre no filme "A corrente do bem" vamos agir e gerar "a corrente do bom exemplo".

Afinal, como disse Edmund Burke:

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco"

e

"Tudo o que é necessário para o triufo do mal é que os homens de bem nada façam".
(atribuida mas não encontrada em seus escritos)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Jacu

Ele gosta de chamar os outros de Jacu. E chama a si próprio de Jacu muitas vezes. Para alguns, Jacu é simplesmente um pássaro exótico das matas brasileiras. Para outros carrega uma denominação pejorativa para "caipira" ou "sujeito simplório".

Meu pai não é um pássaro. Apesar de ter alçado ao longo de sua vida vôos altos para um simples Jacu nascido em um bairro pobre próximo a Sete Barras onde não havia água, luz ou sequer ruas asfaltadas. Foi criado por um homem igualmente simplório, pois perdeu cedo a sua mãe. Ele se considera ainda hoje um Jacu, não o pássaro, mas o sujeito simplório. Porém já fez nesta vida muito mais que muito sujeito que anda por ai de nariz empinado e se considera tudo, menos simplório.

Meu pai é um sujeito exemplar que ama demasiadamente seus filhos e tem muito orgulho deles. Ele tem um pouco de dificuldade de demonstrar esse amor que sente, mas todos sentimos esse imenso amor. E podemos dizer que o orgulho é mais do que recíproco. Orgulho por ter um pai honesto, trabalhador, batalhador e que fez dos limões que a vida lhe trouxe várias limonadas.

Ele é um ser humano como tantos outros: tem defeitos e qualidades. Estou aqui para testemunhar pelas suas qualidades. Um homem que soube lutar contra a maré e fazer de sua vida um exemplo a ser seguido. Conquistou ao longo dessa caminhada muitos amigos e logicamente alguns desafetos.

Pai, obrigado por me fazer parte de sua vida. Obrigado pelos ensinamentos, pelas lições de vida, por puxar minha orelha quando viu que eu estava errado, por demonstrar orgulho nos seus olhos quando acertei, por me apoiar em tantas decisões que tomei.

Obrigado por amar a mim e à nossa família. Obrigado por lutar e se preocupar conosco. Por defender suas crias tão ferozmente.

Que sua vida seja um exemplo para outros pais.
Que eles também tenham a coragem de ensinar sem nunca levantar a mão a não ser para dar carinho.
Que eles levantem a voz apenas quando somos surdos aos seus avisos.

E que possam um dia olharem seus filhos nos olhos com orgulho e de cabeça erguida sabendo que fizeram o melhor que podiam por eles.

Te amo e admiro profundamente!

Fácil ou difícil?

É fácil amar você...
porque em seus olhos sinto uma pureza que toca fundo em meu coração. Esta pequena mas intensa lembrança me causa dor já que não vejo seus olhos já há algum tempo. Isso me lembra que...

É difícil amar você!
Porque existem tantas barreiras entre nós que eu penso em desistir antes de haver tentado. São barreiras altas, mas não são intransponíveis. Elas podem ser derrubadas. Basta querer. Isso me recorda que...

É fácil amar você!
Porque você tem uma sensibilidade que é rara hoje em dia. Você está em um nível que as pessoas comuns não entendem. Não entendem porque se distanciaram ou porque tem medo de serem consideradas fracas. É verdade. Geralmente sensibilidade é confundida com fraqueza. Isso me lembra que...

É difícil amar você!
Porque as pessoas confundem os sentimentos dos outros com opiniões formadas e incutidas em seu ser desde pequenas. São opiniões calcadas no preconceito e na definição do que é certo e do que é errado. Quem pode dizer o que é certo para alguém senão ela mesma? Mas as pessoas não agem assim. Pré-julgam, opinam e questionam sem antes pensar seriamente no que dizem. Isso me lembra que...

É fácil amar você!
Porque este amor é puro e a pureza deste amor pode vencer o preconceito, pode mudar opiniões, pode redefinir o que é certo e o que é errado. Como pode um amor ser considerado errado se ele tem o poder de levar duas pessoas ao encontro da felicidade? Isso me lembra que...

É difícil amar você!
Porque as pessoas têm medo de serem felizes. Porque ser feliz implica em sérias responsabilidades, o que nem todos estão dispostos a assumir. Querer ser feliz simplesmente é muito fácil. Porém não basta querer. Tem que se comprometer, tem que lutar. Tem que pensar no outro. Porque a felicidade de alguém que ama passa obrigatoriamente pela felicidade do ser amado. E isso me lembra que...

É fácil amar você!
Porque eu quero a sua felicidade. Toda vez que vejo um sorriso em seus lábios meu coração acelera e sorri de volta. Exulta de alegria porque você está bem. Ele também fica triste quando você está aborrecida ou desanimada. Eu quero tanto a sua felicidade que estou disposto a abdicar da minha. Sim, porque se a sua felicidade está com outra pessoa que não seja eu estou disposto a me resignar e me calar. Já passei por isto antes, posso passar de novo. Isso me lembra que...

É difícil amar você porque você é especial!
E as pessoas especiais são disputadas, justamente por não serem comuns. Algumas pessoas especiais às vezes não sabem que o são. Precisam ser lembradas, porque pela dificuldade em achar outras pessoas tão especiais quanto elas próprias acabam ficando desanimadas e tristes.

Não fique triste nem desanime!
Mesmo que seja tão difícil assim me amar porque você acha estranho este amor, não se esqueça: você é especial! Daqui a alguns anos, ao se lembrar de mim, saberá que alguém te amou simplesmente porque você existe. Não procure explicações para esse amor. Apenas sinta-o no seu coração, abdicando dos preconceitos. Ele é tão forte que eu o sinto por nós dois. Você sempre ocupará um lugar especial em meu coração...

Te amarei por todo o sempre!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"Dr., tem jeito de arrumar um atestado?"

Sou um engenheiro e trabalho com máquinas. Máquinas não tem sentimentos (ainda - pelo menos as que eu conheci) mas também ficam doentes, tem dores súbitas ou problemas de "saúde".

Quando eu ou um dos meus amigos engenheiros é chamado para diagnosticar o que está havendo com uma máquina "doente" geralmente a situação é de extrema pressão. O nível de stress é alto, os ânimos estão exacerbados. O dono da fábrica quer que a máquina funcione logo (prejuízo a vista), o responsável pela manutenção está preocupado em não ser responsabilizado pelo problema (cabeças vão rolar) e o cliente final quer saber se o prazo de entrega será cumprido (metas de venda a cumprir).

E no meio desse vendaval nós, engenheiros, temos que conectar nossos instrumentos de diagnóstico e descobrir, após cuidadosa análise, qual o origem do problema e qual a solução mais rápida, eficiente e, se possível, de menor custo para retornar o equipamento à condição normal de funcionamento.

Não podemos errar pois a máquina pode facilmente custar milhares ou milhões e um erro seria fatal (morte certa do paciente). Não digam que estou comparando a vida humana, que para mim não tem preço, com uma máquina. Apenas estou, como bom engenheiro, usando de uma analogia para chegar ao meu argumento.

Ao final, depois de horas (algumas vezes dias) de árduo trabalho, a máquina finalmente volta a operar normalmente. Todos felizes e acaba o stress. Vamos comemorar!! A máquina, também feliz, volta ao trabalho e o engenheiro se volta para o próximo paciente, quero dizer, cliente. Isso sem ter que dar nenhum atestado para a máquina se recuperar.

Não sou contra o atestado médico. Nem sou contra os médicos, já que sou um regular frequentador de seus consultórios (viva a vida - viva o envelhecimento). Sou contra e acho um absurdo o uso inadequado e indiscriminado de um instrumento que deveria ser usado com mais rigor e critério.

Assim como o diagnóstico inadequado, baseado em suposições e que geralmente conduz a erro e a uma nova consulta, o atestado médico deveria ser algo emitido com mais critério. Afinal ele carrega a assinatura de um profissional que lutou para chegar onde está, trabalha muitas horas por semana e, para todos os efeitos, atesta tanto que o paciente está doente quanto que o médico diz que isso é verdade.

É comum (já aconteceu comigo e já ouvi vários relatos parecidos) encontrar pessoas que estão sob atestado médico se divertindo em passeios, baladas, festas e barzinhos. Engraçado como a pessoa tem disposição para passear mas não pode ir trabalhar. Como já disse antes, eu já fui testemunha e posso afirmar que é uma situação mais comum do que se imagina. E a pessoa acha que está levando vantagem, afinal ganhou alguns dias de folga remunerada e a Lei de Gerson infelizmente ainda não foi revogada.

Já experimentei problemas de saúde sérios e sei que a recuperação é um passo importante no processo de cura. Mas já voltei ao trabalho dois dias depois de uma operação bem sucedida em que não havia mais dor. Lógicamente que perguntei ao meu médico se haveria algum problema em voltar a trabalhar tão cedo. A resposta dele foi: "Se você está bem é ótimo que queira voltar ao trabalho. Trabalhar não mata e ajuda a recobrar o ânimo."

Neste momento de crise mundial, em que os empregos estão por um fio, seria interessante que as pessoas reavaliassem esta postura e quem sabe, aos poucos, vamos mudando o comportamento. É lógico que essa atitude tem que ser compartilhada pelos médicos também. Afinal, será que eles são tão generosos em conceder 5, 7 ou 10 dias de atestado para seus próprios funcionários por causa de uma dor de cabeça?

Atestado somente para quem realmente precisa!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O que tenho a dizer a você?

Escrever é um anseio que me consome,
Poder gritar aos quatro ventos meu nome,
E através desse grito minha voz fazer ouvir!
Tenho tanto a dizer neste momento,
Que as palavras inundam o meu pensamento,
E me descubro olhando o espelho a sorrir!
Acho graça naquilo que penso,
De tão óbvio me quedo suspenso,
Surpreso que alguém ainda não o tenha dito!
Resolvi então que minha voz não devo calar,
Sem receio do que isso possa causar,
Importa-me apenas que seja ouvido!
Vivemos em um mundo moderno,
Quase não se usa mais o antigo caderno,
Pois a Internet invadiu quase todos os lares!
Não que isso possa causar algum conflito,
Pois se antes aos meus eu ficava restrito,
Agora posso, num instante, cruzar sete mares!
Sou engenheiro por formação,
Empresário por opção,
E gourmet quando tenho tempo!
Gosto de filmes e boa conversa,
Dou palpites naquilo que me interessa,
E sou capaz de ouvir um bom argumento!
Se você quer comigo conversar,
Venha ao meu blog e digne-se a postar,
No seja uma marionete sem opinião!
Pode ser uma crítica sagaz,
Um elogio que nada tem de fugaz,
Peço apenas que seja de bom coração!
Algumas vezes em resposta nada terei dito,
Pois meu dia, às vezes, é muito corrido,
Tenho coisas demais a fazer!
Mas saiba que assim que a tarefa se aquiete,
Não importa a hora do dia ou da noite,
Uma resposta ou texto eu vou escrever!
Outras vezes lerão crônicas de minha autoria,
Em hora inspirada uma receita para o seu dia-a-dia,
Ou somente notícias que me chamaram a atenção!
Serão palavras com humor em leve pitada,
Se de outra autoria terão a fonte citada,
Mesmo que o tom seja de leve incompreensão!
Não sou poeta nem tenho a pretensão,
Faço isso por pura admiração,
Pois com belos textos já pude me deliciar!
Espero que gostem daquilo que vou lhes dizer,
Pois depois de refletir e muito querer,
Meus pensamentos como herança resolvi deixar!

Sejam bem-vindos ao “Blog do Pontes”!