segunda-feira, 30 de março de 2009

Reunião da Diretoria

A reunião começou cedo naquela manhã (11:00h). Mas havia um problema grave de logística: o café estava amargo e a água potável estava quente. Não havia pauta para discutir. Havia papel para anotar, mas não havia caneta.

O Diretor Geral estava visivelmente irritado. Afinal era uma quarta-feira, a semana já estava acabando e ele precisava viajar no final da tarde para passar o final de semana com a família. Iriam partir no final da tarde dessa mesma quarta-feira e retornariam no inicio da próxima semana (anoitecer de terça-feira).

Vida difícil essa de Diretor Geral. Chamou então o Diretor de Chás e Cafés e perguntou porquê o café estava fraco e gelado.

- A culpa é do Diretor de Açúcar e Sal que ainda não voltou do feriado prolongado do mês passado. Faltou açúcar e ele não assinou a requisição de compras em 12 vias com cópia para arquivo. Café nós temos o suficiente para o ano inteiro. O fornecedor (sobrinho-neto do vizinho do seu sogro) já fez a entrega no preço que havíamos combinado. Sugiro criarmos o cargo de vice-diretor de Açúcar e Sal para evitarmos esse tipo de situação no futuro.

- Aprovado, disseram todos os presentes.

Voltou-se para o Diretor de Água Potável e Refrescos e perguntou qual a razão da água estar quente:

- A culpa é do Diretor de Refrigeração e Ar-Condicionado, que também é responsável pelas geladeiras. Ele comprou um lote de geladeiras para substituir aquelas que compramos no trimestre passado e que foram doadas para a ONG Pró-Geladeiras (aquela que é dirigida pelo namorado da sua filha extra-conjugal). Mas houve um problema na entrega e ele está justamente em viagem para a matriz do fornecedor no Caribe tentando resolver o impasse. Deve voltar em duas ou três semanas com o problema resolvido. Sugiro contratarmos em regime de emergência um fornecedor de água gelada sem concorrência face à urgência do problema.

- Aprovado, disseram todos os presentes.

O Diretor Geral tomou a palavra novamente e explicou a todos que não havia pauta porque não havia tido tempo na semana anterior (quarta-feira) para preparar a pauta após a reunião extraordinária realizada em Porto Seguro. O problema das canetas seria resolvido com a criação da Diretoria de Escrita em Geral que seria responsável a partir de agora pelas canetas, lápis e afins.

- Tendo sido tudo resolvido do melhor maneira, declaro encerrada esta reunião ordinária e autorizo o pagamento dos bônus de participação a todos os 199 diretores, mesmo os ausentes, já que todos mandaram suas devidas justificativas e atestados de saúde.

__________________________________________________

Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência. Enquanto nosso Congresso precisa de 181 diretores para poder atender às demandas dos dignos representantes do povo a Apple continua sendo uma das maiores corporações empresariais do mundo com apenas 10 diretores (informação extraída do livro A Cabeça de Steve Jobs, LEANDER KAHNEY).

terça-feira, 17 de março de 2009

1905 - O ano do milagre

Quem nunca ouviu falar em Albert Einstein? Seus feitos, idéias revolucionárias, suas teorias, sua cabeleira branca, seu olhar maroto? Como muitas personalidades da nossa história já ouvimos falar sobre seus feitos e suas realizações.

Sábado, 14/03, assisti a um documentário sobre sua vida e obra no History Channel. Normalmente sua biografia descreve quão polêmica foi sua revolução no pensamento vigente na época, seu prêmio Nobel, suas viagens pelo mundo e como se tornou tão popular quanto um astro de rock. A reportagem mostrou o lado humano de Albert Einstein.

Einstein se achava uma pessoa abaixo da média. Considerava-se um fracassado e chegou a questionar se teria ou não valido a pena ter nascido. Seu pai morreu concordando com isso. Porquê? Porque ele pensava demais, refletia muito e queria entender a fundo como as coisas funcionavam. Quando era criança ganhou uma bússola e passou horas admirando o ponteiro que sempre apontava o Norte, fascinado com o que via. E ele tinha apenas 5 anos na época.

Pensou em vender seguros e foi trabalhar como auxiliar de patentes, pois não conseguiu colocação como professor. E isso fez com que ele tivesse tempo para pensar muito e escrever 4 artigos com teorias totalmente revolucionárias. Um deles sobre a existência do átomo e outro sobre a luz e fótons, todos publicados em 1905. Foi por causa deste último artigo que ele ganhou o Nobel e não sobre seus trabalhos referentes à Teoria da Relatividade.

Ele acreditava tão piamente que seria agraciado com um Nobel que negociou seu divórcio com a primeira esposa prometendo a ela o prêmio integral como forma de pensão. E cumpriu o prometido quando o recebeu.

Mas nem tudo são flores. Ele teve que amargar anos de espera e ansiedade até que um cientista de renome, Max Planck, acreditasse no seu valor e publicasse seus artigos. Einstein nunca desistiu até ver seu trabalho reconhecido.

Quantas vezes em nossas vidas não temos paciência de aguardar alguns dias ou semanas por um resultado para coisas muitas vezes banais? Ele teve paciência de esperar anos por algo que revolucionaria a face da Terra e a história do homem.

Quando precisou provar sua teoria sobre espaço-tempo, afirmando que os corpos celestes podiam curvar o espaço ao seu redor e até desviar a trajetória de um raio de luz ele se viu diante de uma dos seus maiores desafios: criar um experimento que mostrasse que ele não estava delirando ao desafiar o universo Newtoniano.

Para isso ele precisava apenas de algumas coisas: um raio de luz, um corpo de massa descomunal, uma foto antes e outra depois. A solução seria observar um raio de luz passando pelo Sol atingindo a Terra e sendo fotografado. Parece fácil hoje, mas no começo do século 20 isso era uma tarefa hercúlea. Envolvia custos altíssimos, equipamentos de última geração, disposição política, planejamento durante meses, expedições a lugares longínquos e perigosos, transpor territórios em guerra. E depois de tudo isso, ainda analisar os dados obtidos e comprovar sua teoria. Sem computadores!

Quantas vezes em nossas vidas deixamos de lado um projeto ou idéia porque os obstáculos parecem intransponíveis? Sendo que muitas vezes bastam algumas noites sem sono, um pouco de economia, dedicação, convencer algumas pessoas ou fazer algumas horas extras?

Quando você lê algo sobre um gênio ou celebridade que chegou ao topo qual é seu pensamento?

"O que ele tem que eu não tenho? Porque ele e não eu? Tudo é fácil para
alguém como ele!".

Ou então:

"Quero ser como ele! Vou lutar para alcançar meus objetivos! Eu também posso chegar lá!".

Sua resposta define sua postura diante da vida.


Esta é uma foto da época do prêmio Nobel. A primeira é mais conhecida, dos seus últimos anos de vida.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Emprego X Trabalho

O mundo está em crise e milhares de empregos desapareceram da noite para o dia. As manchetes de todos os jornais do planeta discutem as causas e as soluções para a recessão global que nos assola.

Eu gostaria de falar sobre a crise também, mas acredito que vou chover no molhado. Muito já se falou, culpados foram apontados, soluções foram discutidas e apresentadas e temos que aguardar até que se mostrem efetivas ou não. Não aguardar sentados é óbvio. Cada um tem que dar o melhor de si para suplantarmos este momento.

Eu quero discutir outro assunto. Ouço as pessoas reclamando que está difícil conseguir emprego já há bastante tempo. Quando você se aprofunda um pouco na conversa muitas vezes ouve desabafos tais como: "Já cansei de trabalhar e ganhar pouco. Quero um emprego onde eu ganhe mais e trabalhe menos. Acho que vou estudar para um concurso público em um órgão onde não tenha que me esforçar muito, deixar o tempo passar e esperar minha aposentaria". Essa conversa não é nova e não tem nada a ver com a crise atual.

Para alguém que começou como office-boy aos 11 anos como eu ou como engraxate aos 9 anos como meu pai é difícil ouvir uma balela dessas. Parece que as palavras "Trabalho" e "Emprego" já não significam mais a mesma coisa. Pior ainda, significam atividades excludentes.

Posso citar alguns exemplos que presenciei:

I - Nas proximidades do meu apartamento funciona um restaurante a quilo pequeno e simples. O proprietário acorda todo dia às 4h da manhã para começar seu expediente às 5h, preparar tudo junto com sua equipe e estar pronto para os clientes em torno de 11h. Como ele só abre para o almoço fecha as portas às 15h, mas só consegue ir para casa mesmo depois das 18h, pois tem que limpar o restaurante, fechar o caixa, pagar as contas do dia e ainda passar no mercado para reabastecer. Todo dia ele recebe a visita de mais de 20 pedintes querendo comida de graça. Semana passada ele ofereceu emprego para vários deles e obteve como resposta olhares furiosos, xingamentos e recusas. E continua até hoje sem o procurado ajudante.

II - O quintal do meu vizinho está com a grama na altura dos joelhos e ele não encontra um único interessado em cortar a grama em troca de um pagamento justo. Ele mesmo não a corta porquê já está com 70 anos e tem artrite. Mas já cortou muitas vezes quando ainda tinha saúde.

III - Os programas assistenciais do governo como o bolsa-família, vale-gás, vale-x-tudo e vale-voto contribuem para essa situação quando são aplicados indiscriminadamente. Recentemente li um artigo comentando o caso de um restaurante no Nordeste freqüentado pelo colunista há décadas. Ele sempre foi servido pelo mesmo garçom, porém, na última vez em que lá esteve, notou a falta do funcionário e perguntou ao proprietário o que havia acontecido. A resposta foi: "Meu ex-funcionário conseguiu um auxílio do governo para si e para o filho e resolveu parar de trabalhar. E eu não estou conseguindo achar ninguém para substituí-lo no momento". Alguns vão dizer que é um caso isolado e que a grande maioria precisa do auxílio. Não sei dizer que está com a razão. Acredito apenas que o governo deve ficar atento a esses sintomas e melhorar o controle e concessão desses programas. Tem muita gente se aproveitando dessa situação, mesmo pessoas empregadas ou donos de pequenos negócios (informais é lógico).

O que eu tenho observado é que a Lei de Gerson continua viva e em vigência plena. A idéia é tirar vantagem sempre que possível, colocar o burro na sombra e contar com a ajuda dos outros, seja governo ou uma bondosa alma caridosa.

Se a prerrogativa do texto está correta então digo que precisamos de mais trabalhadores e menos empregados se quisermos evoluir como povo e como nação.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Hipocrisia

A Igreja Católica agiu rapidamente no caso do aborto de gêmeos em uma garota de 9 anos vítima de estupro: excomungou os médicos que fizeram o aborto e também a mãe da garota que deu a autorização para os médicos. A declaração oficial diz que o aborto é um crime mais grave que o estupro e que as bebês eram inocentes e que o mandamento que diz "Não matarás" deve ser respeitado acima de tudo. Mesmo que isso levasse à morte a mãe das crianças (o que provavelmente iria ocorrer).

Não sou a favor do aborto quando a gravidez resulta da inconsequência de quem pratica sexo sem prevenção. Isso em um mundo onde se dispõe de inúmeros recursos contraceptivos. Acredito que toda regra tem exceção e, neste caso, a vida da garota de 9 anos estava em risco. Ela já teve sua alma mutilada e sua pureza assassinada pelo padrasto. Ela não é a vítima que deveria ser protegida acima de tudo? Nesta situação sou a favor do aborto. Estupro é um crime tão grave quanto qualquer outro que seja fruto de violência. Nenhuma mulher deve ser obrigada a gerar um filho fruto do desamor, do ódio, de um ato violento como esse. Ela deve ter a opção de escolher. Se optar pela vida ela estará fazendo isso de livre e espontânea vontade. Se optar pelo aborto, deverá contar com o apoio do poder constituído e ter toda a assistência que se fizer necessária.

Da mesma forma que o Arcebispo de Recife chama a atenção do Presidente do Brasil dizendo que ele deveria ter uma assessoria religiosa antes de se manifestar eu afirmo que ele deveria ter uma assessoria médica para informá-lo do risco que corre uma criança de 9 anos numa gestação de gêmeos. Ou será que ele sabe mais que os médicos que foram chamados para opinar neste caso?

Também acho estranho que não se leiam notícias sobre outras excomunhões diariamente, afinal todo dia são condenados dezenas de criminosos que praticaram, às vezes, vários assassinatos contra vítimas também inocentes. Deveriam ser igualmente penalizados, pelo menos os que são católicos. O que se vê na realidade é a Pastoral dos Presos e várias entidades religiosas e não-governamentais lutando pelos direitos humanos dos presos. Direitos humanos para humanos direitos.

A mesma igreja que condena e expulsa esses médicos abriga e protege inúmeros religiosos que praticam a pedofilia. Ela os transfere para outra paróquia ou país, paga indenizações milionárias, esconde a sujeira debaixo do tapete e o mundo continua girando. Essa mesma igreja demora séculos para admitir que a Inquisição cometeu excessos e que inúmeros inocentes foram mortos em nome de Deus. Os assassinos que cometeram esses crimes foram excomungados post-mortem ou foram canonizados? Se até Oscar para atores mortos podem ser outorgados porque então não se excomungam todos os assassinos de que se tem notícia?

A balança tem dois pesos e duas medidas?

Vivemos em um mundo moderno mas algumas atitudes são arcaicas, dignas da Idade Média.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Era uma vez... Um conto de fadas moderno!

Era uma vez, em um país muito distante, um povo humilde e trabalhador que adorava conversar sobre política, futebol e religião.

Dos três assunos política era sempre o preferido, mais comentado do que qualquer outro. Como conseqüência, as polêmicas eram inevitáveis. Apesar de ser um país pequeno, não mais que algumas centenas de vidas, todo mundo gostava de dar sua opinião de vez em quando.

Um pequeno grupo começou a considerar que as discussões estavam pobres demais, pois discutia-se o óbvio. Eles eram intelectualmente superiores (ao menos assim se achavam) e decidiram que era hora de separar o joio do trigo. Criaram então um pequeno grupo, seleto e distinto, que discutia suas diferenças em particular. Surgiu então o Conselho dos Sábios. Mas, mesmo sendo pequeno, ainda existiam diferenças consideráveis, pontos de vista discordantes e visões opostas dentro do grupo.

Foi então que dentro do pequeno grupo se levantou um grupelho que tinha idéias mais próximas e não tão discordantes. Resolveram então que deviam se separar e criar um novo grupo de discussões, mais seleto ainda, com um nível altíssimo de discussões e assuntos a resolver. Afinal, eles eram ainda mais superiores intelectualmente e podiam resolver os problemas do pequeno país em que viviam. Nascia então o Conselho dos Mais Sábios.

Novamente surgiram diferenças, as diferenças levaram a discordâncias, as
discordâncias a polêmicas, a brigas e a desentendimentos.

Um último grupo então surgiu, do qual faziam parte apenas duas pessoas com visão tão avançada que ninguém mais podia participar das suas discussões. E as conversas eram longas, frutíferas, inteligentes, profundas. Enfim, soberbas.

Era o Supremo Conselho dos Mais Sábios. E esse grupo continuou por meses discutindo e dando soluções para todos os problemas do pequeno país.

E quando finalmente a discussão estava chegando ao supremo, ao maravilhos, ao divino aconteceu um pequeno acidente.

A terra tremeu e o espelho se quebrou. E o último membro do grupo finalmente se deu conta de que estava só há muito tempo, conversando com seu próprio reflexo. Era a sua imagem no espelho que lhe ouvia o tempo todo e concordava com tudo o que ele dizia.

E ele não viveu feliz para sempre, porque já não havia mais ninguém para ouvir suas brilhantes idéias. Ele foi definhando e suas idéias morreram com ele, sem gerar os frutos que ele queria.

FIM

terça-feira, 3 de março de 2009

Segurança no Trabalho: uma questão cultural?

Já visitei muitas fábricas por todo o país devido ao tipo de trabalho que exerço e observei posturas diferentes em relação à segurança do trabalho ou do trabalhador. Em algumas empresas a preocupação é obsessiva e cuidadosa, os terceirizados são treinados para seguirem as normas e procedimentos assim como todos os funcionários, existem equipamentos de proteção em abundância e os índices de acidente são bem reduzidos.

Em outras a preocupação não é tão evidente e, em algumas delas, simplesmente não existe. Infelizmente já presenciei acidentes graves e vários "quase acidentes", que por um triz ou por sorte do envolvido não chegaram a acontecer.

Mesmo quando as regras existem e os equipamentos estão disponíveis o fator humano prevalece sobre as condições. Por razões culturais muitos funcionários não gostam dos procedimentos de segurança.

Eles dizem que é frescura, que o equipamento atrapalha a execução das tarefas, faz muito calor ou que eles são bastante experientes e não precisam de tanta proteção. Macho que é macho não come mel, mastiga a abelha. E acabam abusando e sofrendo as consequências desse abuso.

Eu afirmo que o problema é cultural porque a raiz está na própria educação do nosso trabalhador, de origem humilde e pouca instrução e que está acostumado a cortar a grama descalço, de bermudas e sem camisa, muitas vezes em meio a um churrasco e com um copo de cerveja na outra mão. E com pressa para terminar logo para poder jogar uma peladinha com a grama mais baixa.

Vale o mesmo para pequenos consertos domésticos, arrumar o carro na calçada, subir no telhado para pegar uma pipa. São tantas as situações que daria para escrever um livro sobre o assunto.

Se você observar a foto acima verá o meu amigo Anders cortando a grama da sua casa, na Suécia. Nota-se uma grande diferença no comportamento em relação à segurança. E esse mesmo comportamento, essa mesma postura com a segurança em casa ele carrega para o trabalho. Deveríamos nos espelhar nesse modelo.


Todos dizem que "oriental" é sinônimo de paciência. Um bonsai tem que ser trabalhado lentamente durante anos para se obter uma peça moldada segundo os desejos do seu criador. Da mesma forma, se educarmos nossas crianças e jovens para que considerem a segurança um fator importante em suas vidas no futuro teremos adultos mais responsáveis, menos acidentes nas estradas e nas fábricas e menos acidentes domésticos.

Vale a pena divulgar essa idéia. Segurança no trabalho não é frescura, é essencial para preservar a vida humana.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Culto às Biografias

O cinema americano é celebre por homenagear personalidades cujas biografias possam servir como exemplo de vida. São inúmeros os exemplos de bons filmes realizados sob essa premissa. Não vou citar nenhum para não cometer injustiças, deixando de lado algum ou querendo propagandear outro.

O que eu quero dizer é que o cinema brasileiro poderia seguir esse exemplo e colocar na telona brasileiros que tiveram vidas exemplares ou executaram feitos que devam ser registrados além dos livros de história.

Não deveríamos ficar à mercê apenas das mini-séries da Rede Globo (geralmente realizadas com execelente aparato técnica e reconstituição de época).

São raras as exceções que tiveram esse privilégio e temos tantos grandes nomes que poderiam ser agraciados com essa justa homenagem.

Como diz o meu amigo Tristão, porque não levar para as telas a vida de Amaral Gurgel por exemplo?

Amaral Gurgel e você: existe semelhança?

Morreu Amaral Gurgel. Brasileiro com garra, engenheiro com visão, polêmico e inovador. Ele acreditou que podia fazer diferença e foi à luta. Foi motivo de piada para muitos, foi um exemplo de obstinação para outros. De qualquer forma ele se foi mas deixou registro de sua passagem por este mundo. Por muito tempo ainda se falará a respeito dos feitos desse grande brasileiro.

Hoje em dia ouço muita gente reclamando da vida, dos problemas, da crise mundial, do desemprego e da violência. Quando tentamos conversar a respeito o que se diz geralmente é: "O que posso fazer? Sou apenas um remando contra a maré!". Ou então "uma andorinha só não faz verão".

E com essa desculpa na ponta da língua o interlocutor não faz nada ou então engrossa a legião daqueles que se aproveitam dos outros, tira vantagem, age em beneficio próprio.

Você não precisa ser um Amaral Gurgel para fazer a sua parte. Acredite que pode fazer diferença para aqueles que estão a sua volta: ser um exemplo em sua casa, no seu trabalho, para sua família e amigos. Seja o Amaral Gurgel do seu bairro ou cidade. Muitas vezes não nos damos conta de como nossas ações influenciam aqueles que nos cercam, seja um filho pequeno ou um amigo de escola. Seja inovador, acredite em seus ideais e projetos e execute-os.

Já tive provas suficientes disso em minha vida ao reencontrar depois de muitas anos pessoas que conviveram comigo em diferentes épocas e ouvir, estupefato, que servi de modelo de conduta. O simples fato de ser um estudante dedicado com bons resultados motivou muitos a seguirem o mesmo caminho.

Agir é o que faz a diferença. Mas agir com boa fé, ter em mente que juntos podemos mudar o mundo em que vivemos. Não será uma tarefa fácil nem rápida. Ser um profissional competente e honesto, executar seu trabalho com dedicação e focado em resultados pode gerar mais frutos do que você imagina.

Outro grande brasileiro, o urologista Dr. Miguel Srougi, afirma que seu trabalho (dedicado e competente) "é a única forma de deixar marcas e mostrar que a minha passagem pela Terra não foi em vão".

Se mais pessoas pensassem como ele, em alguns anos veríamos o resultado. Ele pode ser o fato gerador e exemplo para outros. Assim como ocorre no filme "A corrente do bem" vamos agir e gerar "a corrente do bom exemplo".

Afinal, como disse Edmund Burke:

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco"

e

"Tudo o que é necessário para o triufo do mal é que os homens de bem nada façam".
(atribuida mas não encontrada em seus escritos)