quarta-feira, 29 de abril de 2009

Caixinha mesa 10! Obrigado!!

Aqui em Campinas existe um restaurante de comida árabe que costumo frequentar chamado Papai Salim. Tirando o fato da comida ser muito boa e eu gostar das esfihas, quibes, coalhadas, charutos de uva e kaftas que eles fazem uma das coisas que me dão satisfação em ser assíduo do lugar é uma prática que se repete como um ritual.

Todo cliente que opta pelo pagamento dos 10% da nota para o caixinha recebe em agradecimento um efusivo anúncio no voz do próprio dono:

- Caixinha mesa 10!

E todos os funcionários respondem ao mesmo tempo: Obrigado!!

Na semana passada estive lá e havia uma empreiteira do lado de fora furando o asfalto com uma britadeira. Eles gritaram mais alto que a britadeira e sorriram após o feito realizado. Foi divertido e prazeiroso.

Pode parecer estranho para alguns eu estar escrevendo sobre isso em meu blog. Mas mais estranho ainda vai soar para alguns se souberem que muitos bares e restaurantes costumam "embolsar" os 10% que seriam destinados aos garçons e demais funcionários. A transparência com que isso ocorre no Papai Salim me agrada muito pois sei que esse dinheiro será distribuido religiosamente entre os funcionários. Quiça outros restaurantes seguissem essa prática.

Sou uma pessoa muito sociável e gosto de conversar. Bastam cinco minutos ao meu lado para que eu já puxe um assunto. Portanto já conversei com muitos garçons e sei que o que estou lhes dizendo é verdade. Soube até de um restaurante que pagava salário mínimo para seus garçons e retinha 100% das gorjetas. E quem reclamava era mandado embora. Fiel que sou aos meus princípios deixei de frequentar o restaurante e fui um dia questionado pela proprietária na rua por ter sumido. Educadamente disse a ela que voltaria a frequentar o lugar no mesmo dia em que ela parasse de se apropriar das gorjetas. Não preciso dizer que a dita cuja ficou indignada e me respondeu que isso não era da minha conta (não negou o fato - apenas disse que eu não tinha nada a ver com o assunto).

Como consumidores temos que ter consciência do nosso poder. O maior ativo das empresas são seus clientes. E cliente insatisfeito pode fazer com que uma empresa feche suas portas. Como o restaurante daquela senhora, que alguns meses depois fechou suas portas pois não haviam mais clientes interessados em compactuar com boa comida com tempero azedo!

Parabéns ao pessoal do Papai Salim pela transparência. E que outros sigam seu exemplo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A voz de um anjo tocou minha alma hoje!

Hoje de manhã fui pego de surpresa. Estava tomando café tranquilamente e assistindo ao jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, quando foi exibida uma reportagem sobre Susan Boyle.

Quem é Susan Boyle? Até poucos dias ela era uma mulher escocesa de 47 anos, solteira e que nunca havia sido beijada por um homem. Longe dos padrões de beleza vigentes e de aparência simplória ela se candidatou em um concurso de cantores na Inglaterra.

Logo de início se ouviram risos e olhares surpresos para aquela mulher de aparência até grotesca sob a ótica dominante. Uma frase dela me chamou a atenção: "Ei, isso que vocês estão vendo é apenas uma parte de mim!".

Eu sou mais do que aparento ser. Não me julgue pela aparência apenas, não julgue o livro pela capa somente.

Então ela soltou a voz. E aquela voz angelical me tocou tão profundamente que meus olhos se encheram de lágrimas na mesma hora. Ela conseguiu me atingir apenas com a voz maravilhosa que Deus lhe deu.

Ela é a prova viva e afirmativa que Deus tem seus planos para cada um de nós. E ela colocou por terra todos os preconceitos naquele momento em que mostrou que ela era linda! Porque somente alguém lindo poderia tocar tão fundo na alma dos outros simplesmente cantando.

Tenho certeza que muitos outros também foram tocados. Dava para ver nos olhos e na reação das pessoas. Até este momento em que estou escrevendo estas palavras mais de 40 milhões de pessoas já haviam assistido ao vídeo no youtube.

E ela se tornou uma lenda viva, um fenômeno mundial!

Nunca desistam dos seus sonhos. Lutem e acreditem. Tenha fé e perseverem. Chegará o dia em que eles vão se concretizar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Que país é este?


Tirei esta foto em um banheiro público na Lagoa do Taquaral, em Campinas. Para quem não conhece é um dos locais favoritos da cidade para quem gosta de caminhar, correr, andar de bicicleta, passear com a família e ficar em contato com a natureza em uma cidade quase metrópole como esta. O local é tranquilo e mesmo assim precisamos de um cadeado no suporte para papel higiênico.

Nesse mesmo parque vi outro dia uma cena da qual tive orgulho. Um garoto com aproximadamente 3 anos caminhava cambaleante com uma garrafa PET vazia em direção ao lixo. Esticou até onde pode e lançou a garrafa no cesto. Virou sorridente para os pais, bem jovens por sinal, que gritaram e aplaudiram alegremente a grande aventura do filho. O menino exultou de alegria e correu em direção a eles com um enorme sorriso estampado. Uma criança que está sendo bem educada e que provavelmente fará diferença no futuro.

No mesmo dia em que vi a cena acima almocei em um restaurante próximo ao meu escritório. Enquanto almoçava observei uma mãe com um casal de filhos adolescentes sentados a uma mesa próxima. A mãe era uma típica perua, com uma filha patricinha e um filho meio moderninho, meio punk. Enquanto a filha tagarelava sem parar ao celular, em voz alta, a mãe se preocupava com as unhas e ajeitava a maquiagem num pequeno espelho. O filho serviu-se, sentou-se à mesa e procurou pelo molho de soja, pois o menu era somente de comida japonesa. Comentou com a mãe, que apontou outras mesas, e o garoto levantou-se em direção à mais próxima e pegou o molho desejado. O detalhe interessante é que a mesa estava ocupada por outro casal que estava se servindo novamente, deixando o local visivelmente ocupado (celular, bolsa e copos de bebida). A mãe notou e falou para o filho alguma coisa que não pude ouvir e este simplesmente agitou os ombros em sinal de desprezo. O outro casal retornou e teve que pedir outro frasco de molho ao garçom.

Este tipo de educação e atitude é que está se tornando cada vez mais comum. O total desprezo pelas regras de convivência em sociedade, falta de educação e egoísmo. É mais comum observar as pessoas atirando lixo pelas janelas dos carros do que alguém se preocupando em ensinar boas maneiras aos filhos. A mãe desses adolescentes é uma típica representante da geração de pais que não estão nem ai para os valores passados aos filhos.

Que geraçao de adultos estamos deixando para a próxima década?
Será que agora é cada um por si e que todos se danem?
Onde vamos parar agindo desta maneira?

Vemos pais despreparados dando constantemente maus exemplos aos seus filhos. Estacionam onde querem, roubam vagas descaradamente, param em fila dupla, fazer conversões proibidas, não sabem viver em sociedade de forma civilizada, abrem potes de iogurte e bolachas nos supermercados e disfarçadamente jogam a embalagem fora antes de chegar ao caixa. As crianças são, em sua maioria, extremamente observadoras e aprendem pelo exemplo e pela interação. E os exemplos estão deixando muito a desejar.

Não adianta dizer que o problema está nas casas. Meu amigo Longhi esteve me visitando recentemente e contou que outro dia estava trabalhando até mais tarde em sua empresa. Já era noite e a luz da frente estava apagada, mas ele podia ver toda a rua com clareza. Observou então uma professora da escola em frente se aproximar sorrateiramente do novo jardim e arrancar uma das flores recém-plantadas. Olhou em volta para ver se ninguém a observava e guardou a muda em uma sacola plástica. Ou seja, a ação além de tudo era premeditada. O que será que essa professora ensina aos seus filhos na escola?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ateus

Esta semana precisei tomar um táxi para casa e acabei passando por uma situação curiosa.

Quem me conhece bem sabe que não sou ou procuro não ser radical nas minhas opiniões. Gosto até de participar de um bom embate filosófico desde que as partes estejam dispostas a trocar e não simplesmente impor idéias. O que não pareceu ser o caso do meu taxista. Ele mansamente começou a abordagem falando de religião, a palavra sagrada, o livro sagrado e, de repente, voltou-se contra os ateus.

Disse: - Eu não entendo como podem existir tantos ateus hoje em dia. Como é que alguém pode viver sem acreditar em Deus?

Como ele esperava por uma resposta, retruquei:

- Sabe de quem é a culpa por existirem tantos ateus? É dos fanáticos religiosos que matam e fazem guerras santas em nome de um Deus diferente do meu. Milhares de pessoas já foram mortas e perseguidas em nome de diferentes religiões. Eu nunca soube de uma guerra que surgiu por causa de ateus. O máximo que já vi foram ateus lutando em guerras por patriotismo, não por fé. A maioria dos ateus que eu conheço (tenho vários amigos) são pessoas bastante racionais e com inteligência acima da média. Eles podem não acreditar em Deus mas também não acreditam em violência cega ou fanatismo.

Ele ficou mudo e me olhou espantado. Finalizei dizendo:

- Meu Deus é um Deus de amor e paz. A maioria das pessoas que segue cegamente uma religião ou credo não pensa muito no que ouve. Não reflete, não questiona. Isso as torna manipuláveis, faz com sejam presas fáceis para esse monte de aproveitadores que usam a religião para enriquecer. São esses os verdadeiros ateus que usam o nome de Deus em vão, apenas para seus próprios interesses.

Desse ponto em diante, o taxista seguiu mudo e pensativo. Acho que consegui gerar alguma dúvida na cabeça desse senhor, pensei comigo.

Vejo as pessoas seguindo religiões cegamente, tentanto encontrar alívio para suas aflições e dúvidas existenciais. Muitas delas são como certas pessoas que leem sobre um assunto novo ou ouvem algo interessante e já saem defendendo a idéia, julgando-se doutores no assunto sendo que sequer arranharam a superfície do tema. São como papagaios que repetem o que lhes foi dito, mas não tem argumentos consistentes que resistam a uma boa argumentação.

Quero concluir dizendo que acredito na liberdade de expressão e de credos. Cada um deve seguir o que acredita. Mas também acredito na coerência e no respeito às diferenças. Poucos são os que creem e são compreensivos o suficiente para aceitar pontos de vista diferentes dos seus.

Teríamos menos guerras e conflitos se parassem de usar o nome de Deus como se fosse um dos deuses da mitologia grega: Marte (Ares), o deus da guerra.