segunda-feira, 6 de abril de 2009

Que país é este?


Tirei esta foto em um banheiro público na Lagoa do Taquaral, em Campinas. Para quem não conhece é um dos locais favoritos da cidade para quem gosta de caminhar, correr, andar de bicicleta, passear com a família e ficar em contato com a natureza em uma cidade quase metrópole como esta. O local é tranquilo e mesmo assim precisamos de um cadeado no suporte para papel higiênico.

Nesse mesmo parque vi outro dia uma cena da qual tive orgulho. Um garoto com aproximadamente 3 anos caminhava cambaleante com uma garrafa PET vazia em direção ao lixo. Esticou até onde pode e lançou a garrafa no cesto. Virou sorridente para os pais, bem jovens por sinal, que gritaram e aplaudiram alegremente a grande aventura do filho. O menino exultou de alegria e correu em direção a eles com um enorme sorriso estampado. Uma criança que está sendo bem educada e que provavelmente fará diferença no futuro.

No mesmo dia em que vi a cena acima almocei em um restaurante próximo ao meu escritório. Enquanto almoçava observei uma mãe com um casal de filhos adolescentes sentados a uma mesa próxima. A mãe era uma típica perua, com uma filha patricinha e um filho meio moderninho, meio punk. Enquanto a filha tagarelava sem parar ao celular, em voz alta, a mãe se preocupava com as unhas e ajeitava a maquiagem num pequeno espelho. O filho serviu-se, sentou-se à mesa e procurou pelo molho de soja, pois o menu era somente de comida japonesa. Comentou com a mãe, que apontou outras mesas, e o garoto levantou-se em direção à mais próxima e pegou o molho desejado. O detalhe interessante é que a mesa estava ocupada por outro casal que estava se servindo novamente, deixando o local visivelmente ocupado (celular, bolsa e copos de bebida). A mãe notou e falou para o filho alguma coisa que não pude ouvir e este simplesmente agitou os ombros em sinal de desprezo. O outro casal retornou e teve que pedir outro frasco de molho ao garçom.

Este tipo de educação e atitude é que está se tornando cada vez mais comum. O total desprezo pelas regras de convivência em sociedade, falta de educação e egoísmo. É mais comum observar as pessoas atirando lixo pelas janelas dos carros do que alguém se preocupando em ensinar boas maneiras aos filhos. A mãe desses adolescentes é uma típica representante da geração de pais que não estão nem ai para os valores passados aos filhos.

Que geraçao de adultos estamos deixando para a próxima década?
Será que agora é cada um por si e que todos se danem?
Onde vamos parar agindo desta maneira?

Vemos pais despreparados dando constantemente maus exemplos aos seus filhos. Estacionam onde querem, roubam vagas descaradamente, param em fila dupla, fazer conversões proibidas, não sabem viver em sociedade de forma civilizada, abrem potes de iogurte e bolachas nos supermercados e disfarçadamente jogam a embalagem fora antes de chegar ao caixa. As crianças são, em sua maioria, extremamente observadoras e aprendem pelo exemplo e pela interação. E os exemplos estão deixando muito a desejar.

Não adianta dizer que o problema está nas casas. Meu amigo Longhi esteve me visitando recentemente e contou que outro dia estava trabalhando até mais tarde em sua empresa. Já era noite e a luz da frente estava apagada, mas ele podia ver toda a rua com clareza. Observou então uma professora da escola em frente se aproximar sorrateiramente do novo jardim e arrancar uma das flores recém-plantadas. Olhou em volta para ver se ninguém a observava e guardou a muda em uma sacola plástica. Ou seja, a ação além de tudo era premeditada. O que será que essa professora ensina aos seus filhos na escola?

2 comentários:

Juliana Carla disse...

Com o modismo da vez, RSE, empresas tentam "ensinar" para suprir as falhas do Estado... Ou será das pessoas? De onde parte a educação? Acredito que venha de todos (do menino de tres anos, dos seus pais que vibraram com sua atitude). Basta ter senso para seguir o melhor exemplo que você julga ser o certo. Nós ditamos a palavra final em certos assuntos...

Unknown disse...

querido Edson,tentamos ensinar p/nossos filhos o q/na nossa infância aprendemos c/nossos pais e assim suscessivamente.essas pessoas são o exemplo claro disso. bjs. continue... espero ansiosamente.