segunda-feira, 18 de maio de 2009

O errado tornou-se engraçado?

Assisti ontem a um quadro do Fantástico em que o ator e humorista Bruno Mazzeo enfrentava diversas situações corriqueiras em um shopping com uma pitada de humor.

Depois do que vi cheguei à conclusão que o estoque de boas idéias de alguns humoristas está se esgotando quando situações erradas são tratadas de forma cômica. Estou me referindo ao momento em que ele desiste de procurar vaga no estacionamento e escolhe para si uma vaga de deficiente. Na chamada do programa ele sai do carro mancando quando surge um segurança do shopping, mas acredito que o trecho tenha sido cortado após soar o alarme do revisor de plantão. Ao final da "peça" ele comenta que usou uma vaga de deficiente e que talvez tivesse que usar novamente, pois havia se esquecido de pagar a taxa de estacionamento.

Diversos estudos e teses acadêmicas já provaram o poder de persuasão exercido pela TV sobre a moral e os costumes de uma sociedade. A grande maioria das pessoas adota a moda ditada pelas novelas e comportamentos são copiados. As crianças adotam atitudes dos seus ídolos - motivo esse que levou à monitoração constante das peças publicitárias voltadas ao público infantil.

Fiquei realmente decepcionado com o que vi. Toda a estrutura da Rede Globo e sua postura e código de ética não perceberam a mensagem nociva que estava sendo passada aos telespectadores.

Já é intolerável presenciarmos ao vivo e a cores as vagas dos deficientes e dos idosos serem usurpadas constantemente sob esse mesmo pretexto: "Não encontrei vaga então peguei a que estava mais próxima!". Como declarou outro dia uma senhora em um artigo de jornal: "Os jovens fingem que estão dormindo para não cederem os assentos reservados que ocuparam indevidamente nos trens, ônibus e metrô". Esses mesmos jovens acham que permanecerão assim eternamente e que nunca serão velhos. E que sempre terão a disposição e energia que possuem hoje.

Volto a insistir neste assunto (já discutido em outro texto): os pais são os responsáveis pela educação de seus filhos. Os professores cuidam do conhecimento, da alfabetização e da cultura geral. Os pais cuidam da moral, bons costumes, ética e comportamento adequado em sociedade (mesmo que a televisão boicote os ensinamentos eventualmente).

2 comentários:

Unknown disse...

Edson.gostei muito.continue.bjs.

Unknown disse...

Pontes, li esse texto e gostaria que você escrevesse sobre o absurdo que chegou a exposição da garotinha Maisa. Depois de assistir aos vídeos, estou com um nó na garganta de tamanha insensibilidade de Silvio Santos, platéia e da própria mãe. A garota chorando, dizendo que estava com dores e nem a mãe a tirou do palco, deixando a menina ser motivo de gozação de todos que estavam presentes. Por mais que a menina seja um prodígio, elá NÂO deixa de ser criança. Desculpe as palavras, mas aquela mãe "insana" deveria ter pego e menina no colo e tentado acalmá-la, levando-a dali, pois me pergunto: onde estava o instinto materno naquela hora?? Não dá para acreditar como um contrato, para muitas pessoas, pode valer mais que um instinto de proteção. Deixo aqui minha indignação com todos os envolvidos do programa. Deplorável.