segunda-feira, 2 de março de 2009

Amaral Gurgel e você: existe semelhança?

Morreu Amaral Gurgel. Brasileiro com garra, engenheiro com visão, polêmico e inovador. Ele acreditou que podia fazer diferença e foi à luta. Foi motivo de piada para muitos, foi um exemplo de obstinação para outros. De qualquer forma ele se foi mas deixou registro de sua passagem por este mundo. Por muito tempo ainda se falará a respeito dos feitos desse grande brasileiro.

Hoje em dia ouço muita gente reclamando da vida, dos problemas, da crise mundial, do desemprego e da violência. Quando tentamos conversar a respeito o que se diz geralmente é: "O que posso fazer? Sou apenas um remando contra a maré!". Ou então "uma andorinha só não faz verão".

E com essa desculpa na ponta da língua o interlocutor não faz nada ou então engrossa a legião daqueles que se aproveitam dos outros, tira vantagem, age em beneficio próprio.

Você não precisa ser um Amaral Gurgel para fazer a sua parte. Acredite que pode fazer diferença para aqueles que estão a sua volta: ser um exemplo em sua casa, no seu trabalho, para sua família e amigos. Seja o Amaral Gurgel do seu bairro ou cidade. Muitas vezes não nos damos conta de como nossas ações influenciam aqueles que nos cercam, seja um filho pequeno ou um amigo de escola. Seja inovador, acredite em seus ideais e projetos e execute-os.

Já tive provas suficientes disso em minha vida ao reencontrar depois de muitas anos pessoas que conviveram comigo em diferentes épocas e ouvir, estupefato, que servi de modelo de conduta. O simples fato de ser um estudante dedicado com bons resultados motivou muitos a seguirem o mesmo caminho.

Agir é o que faz a diferença. Mas agir com boa fé, ter em mente que juntos podemos mudar o mundo em que vivemos. Não será uma tarefa fácil nem rápida. Ser um profissional competente e honesto, executar seu trabalho com dedicação e focado em resultados pode gerar mais frutos do que você imagina.

Outro grande brasileiro, o urologista Dr. Miguel Srougi, afirma que seu trabalho (dedicado e competente) "é a única forma de deixar marcas e mostrar que a minha passagem pela Terra não foi em vão".

Se mais pessoas pensassem como ele, em alguns anos veríamos o resultado. Ele pode ser o fato gerador e exemplo para outros. Assim como ocorre no filme "A corrente do bem" vamos agir e gerar "a corrente do bom exemplo".

Afinal, como disse Edmund Burke:

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco"

e

"Tudo o que é necessário para o triufo do mal é que os homens de bem nada façam".
(atribuida mas não encontrada em seus escritos)

4 comentários:

Rodrigo Moura disse...

Não é nenhuma crítica a você, óbvio, mas o que mais ouvimos ultimamente é "cada um deve fazer sua parte". Um amigo até discutiu com o Sarney em seu "Twitter" porque o digníssimo reproduziu esta famosa frase após uma crítica a respeito da cena política atual. Realmente as pessoas precisam de exemplos, mas se os nossos governantes pensam assim, quem as pessoas terão como referência? A verdade é que temos que fazer a nossa parte sim, e dentro das nossas possibilidades, o que nem sempre tem aceitação de uma maioria. Olha o meu exemplo: certa vez quis fazer um protesto com outros colegas de faculdade para afastar um professor que nos prejudicava; ninguém aceitou. Em outra ocasião todos se reuniram para anular uma prova do mesmo professor, menos eu. Conclusão: no geral, as pessoas ainda não conhecem o poder que têm nas mãos e sua força de vontade, acabam sempre optando pelo que é mais fácil, pra não dizer fútil. É questão de consciência e, principalmente, intelecto!!!

Pontes disse...

Concordo com você, Rodrigo, em vários pontos.
As pessoas não tem noção do poder que possuem e a grande maioria age em função de interesses próprios.
Ouço muito as pessoas dizerem : "Se eu não fizer isso (agir pela Lei de Gerson) outros farão. Melhor que seja eu então". São as mesmas pessoas que se revoltam quando ouvem notícias de escandalos na TV e que dão um jeitinho quando o assunto está ao alcance delas.
Quando eu estava na faculdade também passamos por uma situação semelhante à sua porém com um final diferente: fizemos um abaixo assinado para denunciar um professor que nos prejudicaria. Os alunos do curso de mecânica não assinaram, eu fui até a sala deles e argumentei a favor da asssinatura. Depois que eu expliquei como seriamos prejudicados eles assinaram e o professor acabou saindo da faculdade.
Grande abraço,

Rodrigo Moura disse...

Sim, a questão do agir em interesse próprio é o que predomina. Não consigo definir se isso deriva do egoísmo ou da cultura de cada um, mas a verdade é uma só: se o retorno não for imediato e com fins financeiros, ninguém move uma palha! Exemplos disso temos na mídia o tempo todo. A questão de deixar uma marca no mundo por algum benefício à coletividade parece não mais saltar aos olhos das pessoas. Infelizmente as pessoas estão mais individualistas; se cada um tivesse consciência das coisas que podemos fazer uns pelos outros o mundo seria muito melhor!!!

Gilson disse...

Edsão, meu velho... Concordo em gênero, número e grau com a sua frase: "Seja inovador, acredite em seus ideais e projetos e execute-os."... Muitas pessoas estão preocupadas com a opinião dos outros, ou ainda, alimentando a própria vaidade, criando expectativas quanto aos elogios que irá receber com determinada atitude... Não chamo isso de prepotência, e sim, de um afloramento (meio gay essa palavra, não...) do herói que existe dentro de cada um de nós! A vida ensina que "Os Sucessos" são calcados em 99% de transpiração/trabalho e 1% de inspiração.
Meu filho mais velho está na 8ª série e já estou conversando bastante com ele a respeito destes assuntos...Enfim, ele vai ler esta sua matéria sem dúvida, mesmo porque eu sou um admirador dos feitos e realizações do saudoso Amaral Gurgel (tem uma matéria bem legal sobre ele na Quatro Rodas deste mês...). Parabéns pelo texto! Abçs Tristão.